Gouveia e Melo defende dissolução do Parlamento se Governo contrariar promessas
O protocandidato presidencial descreve, numa artigo no semanário Expresso, três cenários em que considera que um Chefe de Estado deve usar a “bomba atómica”.
Henrique Gouveia e Melo distancia-se do estilo presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa e assume uma posição centrista de agente “isento” acima dos partidos. Num artigo publicado esta sexta-feira no Expresso (acesso pago), escreveu que, “na conjuntura atual, um Presidente sem a independência necessária afunila a democracia”. Por isso, “a bem do sistema democrático, devemos querer um Presidente isento e independente de lealdades partidárias”, argumenta.
Contrariamente a adversários, defende que o não cumprimento de promessas eleitorais decisivas ou fazer o contrário do que se prometeu em campanha pode ser motivo de dissolução do Parlamento. “Existir a forte convicção de que o contrato entre governados e governantes foi significativamente comprometido” com a falha de promessas, ao verificar-se “um desfasamento grave entre os objetivos da prática do Governo e a vontade previamente sufragada pelo povo”, é uma das três razões que apresenta para um Presidente poder antecipar eleições.
Os outros dois cenários que levariam a eleições antecipadas seriam “por uma perda de confiança insanável do povo no Parlamento e/ou no Governo em funções” ou por “uma tentativa de usurpação de poder e subversão da Constituição à margem da lei“, o que configuraria o que está estabelecido institucionalmente como “irregular funcionamento das instituições” e motivo para demitir o Governo.
No artigo, o protocandidato presidencial assume-se “entre o socialismo e a social-democracia” e assinala que “vivemos tempos perigosos, com atores poderosos a tentar subverter a ordem mundial em função dos seus interesses”. Porém, agora, reconhece que “a ameaça já não vem apenas do Leste” — isto é, da Rússia e da China — e “surge agora de todas as direções, num cenário de 360 graus”.
Gouveia e Melo defende ainda uma economia de mercado liberta de burocracia, uma sociedade inclusiva, que reduza as assimetrias sociais e que não seja meramente caritativa, e que “a preservação ambiental e o combate às alterações climáticas” estejam presentes em todas as decisões.
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