Juro das ‘bunds’ alemãs dispara com acordo para aliviar limites da despesa na Alemanha
CDU e SPD chegaram a acordo para aliviar regras de despesa, aumentando investimento em defesa e infraestruturas. A yield das bunds a dez anos está a agravar-se 20 pontos base.
Os juros da dívida alemã estão a agravar-se significativamente esta quarta-feira, depois de o provável próximo chanceler, Friedrich Merz, ter falado num acordo para aliviar o travão constitucional ao endividamento e viabilizar um reforço da despesa em Defesa e infraestrutura.
Cerca das 10h00, hora de Lisboa, a taxa de juro das bunds alemãs a dez anos, a maturidade de referência, subia cerca de 20 pontos base, para 2,67%, um movimento a que não se assistia desde 2020.
Na terça-feira, 4 de março, Friedrich Merz anunciou que tanto a CDU como o rival SPD propõem a isenção das despesas de mais de 1% do PIB em defesa de regras que limitam a capacidade do governo em pedir dinheiro emprestado. O responsável acrescentou também que, na próxima semana, será apresentado ao parlamento uma proposta legislativa sobre esta questão e sobre o pacote de infraestruturas, que será financiado por empréstimos.
Em cima da mesa está também a hipótese de um fundo de 500 mil milhões de euros para financiar as despesas com as infraestruturas da Alemanha, nos próximos dez anos, para recuperar a economia para “um caminho de crescimento estável”.
Num comentário ao Financial Times, Tomasz Wieladek, economista chefe da T Rowe Price, considerou que esta alteração à Constituição alemã “vai alterar permanentemente a forma como as bunds negoceiam” no mercado. O aumento dos juros da dívida alemã irá também levar agravar “significativamente” os custos de financiamento para “todas as outras economias soberanas do euro”.
Em Portugal, esta quarta-feira, os juros da dívida estão a subir a dois, cinco e dez anos. No prazo mais longo, a yield atingiu um máximo desde julho de 2024.
É uma tendência transversal na Europa. A yield da dívida francesa a dez anos sobe quase 14 pontos base, para 3,364%. O juro da dívida italiana no mesmo prazo agrava-se 15 pontos base, para 3,712%, enquanto o de Espanha avança 14,7 pontos base, para 3,313%.
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