Bolsas na Europa e EUA tentam recuperação tímida após segunda-feira negra
Depois do susto de segunda-feira, os índices bolsistas europeus e americanos mostram sinais moderados de estabilização, enquanto os índices do medo dão tréguas às carteiras dos investidores.
A incerteza continua a tomar conta das bolsas e dos mercados de capitais, enquanto os investidores digerem os sinais contraditórios sobre a possibilidade de uma recessão na maior economia do mundo.
As declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre um “período de transição” económica, aliadas à implementação de tarifas agressivas sobre importações de diversos países, alimentaram receios generalizados que atingiram as bolsas asiáticas e provocaram ondas de choque na Europa e nos EUA.
As bolsas asiáticas encerraram esta terça-feira em queda, com o Topix japonês a cair 1,11% para mínimos de outubro e o principal índice de Taiwan (TWSE) a cair 1,73% para mínimos de setembro. A Austrália também não escapou à onda vermelha, com o índice de referência a cair 0,8%, após ter atingido o nível mais baixo em sete meses durante a sessão. Em contraciclo estiveram as ações chinesas, com o índice CSI300 a valorizar 0,32% e o Hang Seng de Hong Kong a registar uma ligeira correção de 0,01%.
O PSI segue também a recuperar da queda de 1,19% registada na segunda-feira, negociando atualmente com ganhos de 0,58% à boleia das valorizações do binómio EDP, com as ações da EDP Renováveis a subirem 2,87% e os títulos da EDP a escalarem 1,76%.
A generalidade dos mercados asiáticos seguiu a tendência de Wall Street, onde o S&P 500 caiu 2,7% na segunda-feira, na sua maior queda diária deste ano, enquanto o Nasdaq afundou 4%, registando a maior queda percentual desde setembro de 2022, que se traduziu, até ao momento, de uma perda de quatro biliões de dólares no valor das empresas que constituem o S&P 500 desde o pico atingido pelo índice no mês passado.
Este clima de ansiedade empurrou os investidores para ativos considerados mais seguros. O iene japonês tocou num máximo de cinco meses face ao dólar, refletindo a procura por refúgios em tempos de incerteza. Também o franco suíço se fortaleceu, negociando próximo do máximo de três meses atingido na segunda-feira.
O ouro, tradicional ativo de refúgio, subiu para 2.911 dólares por onça, ficando a um passo do recorde histórico alcançado no mês passado, acumulando uma valorização de 10% desde o início de 2025, após ter subido 27% no ano anterior.
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Europa recupera a conta gotas
O panorama europeu mostra-se mais contido esta terça-feira de manhã, com o índice pan-europeu STOXX 600 a registar uma ligeira queda de 0,2%, depois de na segunda-feira ter caído para o nível mais baixo em quase um mês, ao mesmo tempo que o Vstoxx (que espelha a volatilidade dos mercados) está atualmente a corrigir mais de 1,7% após duas sessões seguidas as valorizar mais de 5%.
O PSI segue também a recuperar da queda de 1,19% registada na segunda-feira, negociando atualmente com ganhos de 0,58% à boleia das valorizações do binómio EDP, com as ações da EDP Renováveis a subirem 2,87% e os títulos da EDP a escalarem 1,76%.
Do outro lado do Atlântico, os futuros dos índices norte-americanos recuperaram das perdas iniciais, com os futuros do Dow Jones a subirem 0,25%, ou 105 pontos, os do S&P 500 a subirem 0,36% e os do Nasdaq 100 a avançarem 0,5%, enquanto o Vix, conhecido também como o “índice do medo” por espelhar o nível de volatilidade do índice S&P 500, está atualmente a corrigir 2,4%, após ter disparado mais de 10% na segunda-feira.
Os investidores estão agora a apostar num maior alívio da política monetária por parte da Fed este ano, antecipando cortes de 85 pontos base das Fed Funds em comparação com os 75 pontos base esperados na segunda-feira.
Esta ligeira recuperação surge após uma segunda-feira negra nos mercados, quando o Dow Jones perdeu quase 900 pontos e fechou abaixo da sua média móvel de 200 dias pela primeira vez desde 1 de novembro de 2023.
No mercado de obrigações, a yield das Obrigações do Tesouro americano a dez anos está a cair dois pontos base, após ter descido dez pontos base na sessão anterior, a maior queda diária em quase um mês. Já a yield das obrigações a dois anos, que normalmente acompanha as expectativas de taxas de juro da Reserva Federal norte-americana (Fed), caiu para um mínimo de cinco meses, situando-se em 3,8808%.
Os investidores estão agora a apostar num maior alívio da política monetária por parte da Fed este ano, antecipando cortes de 85 pontos base das Fed Funds em comparação com os 75 pontos base esperados na segunda-feira, de acordo com dados da LSEG.
Esta mudança nas expectativas reflete a crença de que um crescimento mais fraco nos EUA forçará o banco central a iniciar novamente o ciclo de cortes, mas o relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA, que será divulgado na quarta-feira, poderá complicar essas expectativas se confirmar que a inflação continua a níveis que obriguem a Fed a manter uma política monetária mais restritiva.
No mercado obrigacionista europeu, o dia está a ser marcado por subidas das yields das curvas de rendimentos das principais economias. É disso exemplo a Alemanha, com as Bunds a dez anos a subir 3,8 pontos base para 2,86% após na segunda-feira ter registado uma queda de dez pontos base.
A mesma tendência é verificada na curva de rendimentos de Portugal, com as Obrigações do Tesouro a registarem todas uma subida das suas taxas de juro. Atualmente, os títulos a dez anos negoceiam com uma yield de 3,398%, cerca de 3,2 pontos base acima dos níveis de segunda-feira.
Recorde-se que amanhã, quarta-feira, o IGCP irá realizar dois leilões de dívida a longo prazo, com maturidades em 2035 de 2038. Atualmente, a linha com maturidade mais curta está a negociar com uma yield de 3,4%, mais 3,1 pontos base face à yield de segunda-feira, e a linha com maturidade em 2038 transaciona com uma taxa média ponderada de 3,67%, cerca de 2,8 pontos base acima da taxa com que fechou na segunda-feira.
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