Nova Expressão avança com processo contra antiga administração da Inapa
Este é o segundo processo aberto por acionistas contra a antiga administração, liderada por Frederico Lupi, na sequência do processo de insolvência do grupo. Há ainda uma ação popular contra a PwC.
A Nova Expressão, o segundo maior acionista da Inapa, com mais de 10% do capital, avançou com uma ação judicial contra todos os membros da anterior administração da distribuidora de papel que seguiu para insolvência. Este processo, que já tinha sido admitido pela Nova Expressão, junta-se a outro aberto contra os gestores por outro antigo acionista da empresa com quase 5% do capital, e a uma ação popular contra a PwC pela auditoria feita aos relatórios e contas da empresa de distribuição de papel.
A ação movida pela Nova Expressão, que controlava 10,85% do capital da Inapa, deu entrada na última sexta-feira, 7 de março, no Juízo Central Cível de Sintra, juntando-se a outra movida pela sociedade Carisvalor, que detinha 4,99% do grupo português, que tinha entrado no mesmo tribunal no passado mês de setembro.

O processo visa todos os membros do anterior conselho de administração da Inapa: Frederico Lupi (CEO); Inês Louro (CFO); Afonso Chaby Rosa; João Miguel Luís; Víctor Barros; Emília Frazão; Patrícia Caldinha; Fernando Sanz Pinto.
A Nova Expressão já tinha afirmado, em agosto, estar preparada para defender os seus direitos “em todas as instâncias” e não descarta “exigir responsabilidades” à anterior administração da Parpública e à gestão da empresa, numa reação à saída de José Realinho de Matos da presidência da Parpública, substituído por Joaquim Cadete.
O grupo de Pedro Baltazar afirmava, na altura, que poderia “exigir responsabilidades a quem criou a situação atual: a anterior administração da Parpública e a Comissão Executiva do Conselho de Administração da Inapa”.
O pedido de insolvência foi formalizado no passado dia 29 de julho, depois de a empresa ter comunicado, no dia 21 de julho, que o colapso na Alemanha era inevitável, uma vez que não conseguiu aprovação da Parpública, o seu maior acionista, para uma injeção de emergência de 12 milhões de euros, o que teria repercussão na atividade da holding, puxando-a também para a falência.
A antiga gestão da Inapa, que no relatório e contas relativo ao exercício de 2023, apresentado em junho, um mês antes do colapso do negócio na Alemanha, garantia a continuidade das operações, assegurando que “a Administração concluiu que a Empresa dispõe de recursos adequados para manter as atividades, não havendo intenção de cessar as atividades no curto prazo, pelo que considerou adequado o uso o pressuposto da continuidade das operações na preparação das demonstrações financeiras”, atirou as culpas da insolvência para a Parpública, o maior acionista, com cerca de 45% do capital.
A pronunciar-se pela primeira vez diretamente sobre o caso no Parlamento, em janeiro, o ex-presidente da Parpública, Realinho de Matos, disse que o problema na Inapa “era muito mais estrutural do que conjuntural” e ia muito além dos 12 milhões de emergência pedidos para evitar falência.
“A Inapa não conseguiu sobreviver à sucessão de aquisições” que fez, argumentou José Realinho de Matos no Parlamento, considerando que a empresa “deu um passo maior que a perna”, o que criou uma “situação impossível”.
A assembleia de credores, realizada no passado dia 27 de setembro, aprovou as propostas que constavam no relatório do administrador de insolvência, Bruno Costa Pereira, para a venda da Inapa Packaging por 20 milhões de euros e da Inapa France por 25 milhões de euros.
A Inapa Portugal ainda tentou evitar o desfecho do grupo, mas sem sucesso. A companhia tinha apresentado um pedido para entrar em processo de revitalização especial (PER), numa tentativa de salvar a empresa na sequência da insolvência do grupo, mas não conseguiu viabilizar um plano de revitalização e deverá avançar para a insolvência.
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