Falta de sessão solene do 25 de Abril “não choca” o PCP
"Já houve situações em que, com a Assembleia dissolvida, não houve a sessão solene, não nos choca isso", disse o secretário-geral do PCP.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, considerou esta terça-feira que se não se realizar este ano a sessão solene comemorativa do 25 de Abril não será um problema, lembrando que já em outras ocasiões isso aconteceu.
“Já houve situações em que, com a Assembleia dissolvida, não houve a sessão solene, não nos choca isso”, referiu Paulo Raimundo, acrescentando que aguardará pela decisão da conferência de líderes e que não fará “disso um problema”. A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.
“Há uma história para trás, há uma experiência anterior e, portanto, acho que isto deve ser um ponto de partida para essa reflexão”, declarou o dirigente comunista, em declarações aos jornalistas, no Funchal, onde participou numa iniciativa com dirigentes sindicais, no âmbito da campanha eleitoral para as regionais de domingo.
Apesar de reconhecer que a sessão solene “não é um aspeto indiferente”, o secretário-geral do PCP salientou que “aquilo que determinará as comemorações do 25 de Abril é a forma como cada um e as pessoas se mobilizarem para as várias comemorações populares em Lisboa, no Porto, em Setúbal, na Madeira, em todo o lado”.
A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática. Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.
Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no parlamento.
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