TAP está a criar “distorções de mercado” com viagens pagas a prestações, acusam agências
A opção de “compre agora pague depois” nos bilhetes de avião da TAP só é possível através de venda direta e deixa operadores de fora, alerta a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo.
As agências de viagens criticaram esta quarta-feira a TAP por criar “distorções de mercado” ao excluir estas empresas turísticas da venda de bilhetes a prestações. A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) censurou o facto de esta opção comercial da companhia aérea apenas ser aceite na venda direta e deixar de parte as compras através de agências.
A associação que representa as agências de viagens em Portugal afirma que não foi contactada sobre esta decisão de implementar pagamentos parcelados nos voos e foi “surpreendida” pelo anúncio de que os bilhetes poderiam começar a ser pagos em três vezes.
“A TAP preferiu criar distorções de mercado, impedindo a liberdade de escolha do consumidor, diminuindo as opções do cliente final quanto à entidade emissora, aquando da compra de um bilhete de avião”, alerta a APAVT, acrescentando que este novo método de pagamento representa uma “opção estratégica de afastamento” e de “conflito” com as agências de viagens.
A APAVT vai mais longe e garante que vai responder à TAP, até porque a medida “intolerável e indesculpável” surge num momento em que as companhias aéreas impuseram às agências de viagens em Portugal uma redução de dez dias nos tempos médios de pagamento.
“Infelizmente, a TAP prefere traçar um caminho de confrontação e de exclusão, afastando o seu melhor cliente, as agências de viagens. Acresce que, da parte da APAVT, a TAP só teve, ao longo dos últimos tempos, lealdade, espírito de cooperação e honestidade. Não creio que esta atitude beneficie alguém, no final vamos ficar todos pior”, refere o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.
Os pagamentos faseados chegaram ao site da TAP na quinta-feira. Desde então, os passageiros em Portugal podem reservar voos e escolher pagar os bilhetes no máximo em três prestações iguais sem juros. A funcionalidade resulta de um acordo estratégico entre a companhia aérea e a tecnológica das finanças pessoas Klarna.
A parceria torna a transportadora liderada por Luís Rodrigues na segunda na Europa Ocidental a lançar os produtos “compre agora pague depois” (formalmente conhecidos como BNPL – Buy Now Pay Later) da Klarna, que também tem acordo com concorrentes como a Turkish Airlines, a Cathay Pacific ou a Lufthansa.
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