Carnaval e Páscoa tardia encolhem dormidas turísticas em março, com recuo de 5,2% nos estrangeiros

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 11:41

Depois da queda de 2,5% em fevereiro, as dormidas no setor do turismo voltaram a cair em março. INE justifica o decréscimos com o efeito das férias associadas ao Carnaval e à Páscoa.

O número de hóspedes e de dormidas no setor do alojamento turístico caiu em março, o que o Instituto Nacional de Estatística (INE) justifica com o efeito dos períodos de férias associados ao Carnaval e à Pascoa.

Segundo a estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo gabinete estatístico, o alojamento turístico acolheu 2,3 milhões de hóspedes em março, menos 0,1% face a igual mês do ano passado, enquanto as dormidas, que totalizaram 5,6 milhões, registaram uma queda de 3% em termos homólogos.

Evolução homóloga das dormidas no turismo

Fonte: INE

A diminuição das dormidas deve-se, sobretudo, à quebra de 5,2% observada nos não residentes, num total de 3,9 milhões de euros, sendo que já em fevereiro tinham caído 3,1%. As dormidas de residentes, por sua vez, tiveram um crescimento de 2,4% em março, para 1,7 milhões, quando no mês anterior caíram 1,2%.

Apesar do decréscimo observado no setor, as receitas totais cresceram ligeiramente (+0,3%), para 406,9 milhões de euros, face a março de 2024, mas os proveitos de aposento recuaram 0,4%, atingindo os 302,1 milhões de euros.

O INE assinala que estes resultados “foram influenciados pela estrutura móvel do calendário”, visto que o período do Carnaval, que este ano ocorreu em março, concentrou-se em fevereiro no ano passado, e o período da Páscoa ocorreu este ano em abril, enquanto em 2024 se concentrou, essencialmente, em março.

Entre os dez principais mercados emissores (73,8% do total de dormidas de não residentes), destacam-se os aumentos homólogos expressivos de turistas polacos (+35,9%) e canadianos (+11,4%) e, em sentido oposto, a queda de 37% de turistas espanhóis.

O mercado de maior peso, o britânico, equivalente a 16,5% do total das dormidas de não residentes em março, teve, no entanto, um decréscimo de 4,6% face ao mês homólogo. Seguiram-se as dormidas de hóspedes alemães (13,5% do total), o segundo principal mercado, que diminuíram 7,5%, e as de norte-americanos (9,5% do total), com uma subida ligeira de 0,5%.

Maioria dos principais municípios com diminuições das dormidas

As regiões registaram evoluções distintas nas dormidas, com os maiores aumentos a serem registados nos Açores (+6%) e na Península de Setúbal (+3,6%), enquanto o Algarve registou o maior decréscimo (-8,7%), seguindo-se o Oeste e Vale do Tejo (-5,2%).

O município de Lisboa concentrou 23,3% do total de dormidas, atingindo 1,3 milhões (-2,5%, após -6,5% em fevereiro), e representou 28,2% do total de dormidas de não residentes. O Funchal foi o segundo município com maior número de dormidas (504,5 mil dormidas, peso de 9,1%) e registou um decréscimo de 2,1% (-0,8% em fevereiro).

Já no Porto, as dormidas totalizaram 481,7 mil (8,7% do total), tendo-se observado uma diminuição de 1,1% (+0,6% em fevereiro), em resultado da dinâmica dos não residentes (-3,8%), dado que as dos residentes cresceram 13,6%.

Entre os 10 principais municípios, destacaram-se ainda Cascais (1,8% do total), com um decréscimo de 17,6% (+5% nos residentes e -24,6% nos não residentes) e Albufeira (6,5% do total), com uma descida de 17,3% (-40,3% nos residentes e -12,6% nos não residentes).

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 48,7 euros (-2,1%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 96,5 euros (-0,1%).

(Notícia atualizada às 11h56)

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