Pedro Nuno “não está sozinho” e “até agradece” que antigos líderes do PSD entrem na campanha
Participação de ex-líderes em almoço com Montenegro deixa “mais clara a natureza do PSD nesta campanha”, diz o socialista. Líder da AD recusa que Passos Coelho atrapalhe 'namoro' com pensionistas.
A poucas horas de Luís Montenegro almoçar com antigos presidentes do PSD, em plena reta final para as eleições legislativas de 18 de maio, o rival Pedro Nuno Santos disse esta manhã que “até [agradece] que esses antigos líderes participem porque fica mais clara a natureza do PSD nesta campanha”.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao mercado municipal de Leiria, o secretário-geral do PS alegou que também conta com “muitos militantes e ex-dirigentes” do partido nas ações de campanha. “Não estou sozinho. O PS está todo unido”, acrescentou, notando ainda que os antigos secretários-gerais não estarão na campanha porque o PS “os dá ao mundo”, numa referência a António Costa (Conselho Europeu) e António Guterres (ONU).

À mesa laranja e ao lado do candidato da AD, na sede do PSD, vão estar personalidades como Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho, Marques Mendes, Rui Rio, Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes, Luís Filipe Menezes e Fernando Nogueira. Ausente no estrangeiro, José Manuel Durão Barroso vai enviar uma mensagem, enquanto Francisco Pinto Balsemão e Rui Machete não irão por razões de saúde.
Em Leiria, Pedro Nuno Santos salientou que “mais importante” do que o apoio no terreno de antigos líderes socialistas, é “o resultado de um ano de governação de uma coligação que falhou”. O PS, acrescentou, tem as propostas para “quem quer um SNS público a dar resposta às pessoas todas e não aos problemas de alguns, [para] quem quer uma economia a crescer” e vai “construir casas para todos, e não para uma minoria dos jovens”.
Dirigindo-se aos “portugueses envergonhados com o comportamento do primeiro-ministro”, salientou que o PS é “a mudança segura para Portugal” e que tem uma “equipa com competência e experiência”, além de um programa eleitoral para “responder aos problemas de todos, e não só de alguns”.
Na segunda-feira à noite, em Viseu, Luís Montenegro falou diretamente aos pensionistas e reformados, sublinhando que a coligação de direita “não só está reconciliada” com essa franja da população, como está “num processo de valorização ainda maior daqueles que estão hoje a gozar o seu merecido tempo de reforma”.
“Não existe [essa reconciliação]. Montenegro sabe que não existe. Os pensionistas tiveram aumentos das pensões, mas foram realizados por nós na oposição, acima do previsto na lei, com o voto contra da AD [no Parlamento]. Montenegro enganou os pensionistas [quando] anunciou um aumento que era um bónus sem repetição e ao criar a expectativa de uma redução do IRS maior do que a que fizeram – e agora, habituados a receber reembolsos, os pensionistas perceberam que têm de pagar”, resumiu Pedro Nuno Santos.
Passos não atrapalha ‘namoro’ da AD aos pensionistas
Já esta manhã, durante uma arruada em Sintra e numa alusão ao período de assistência financeira da troika, Luís Montenegro reconheceu que “na evolução histórica e financeira do país, tivemos um período de recuperação em que houve alguma incompreensão”.
No entanto, completou, durante o último ano disse ter mostrado que o PSD é “um partido com grande vocação social, que não esquece os que trabalharam a vida toda e que olha com humanismo para os que estão numa fase mais adiantada da vida e não os [deixa] sozinhos”.
Questionado pelos jornalistas sobre se não é contraproducente aparecer na campanha com Pedro Passos Coelho, que liderava o Governo nessa altura, respondeu que é “extremamente gratificante ter [a seu lado] toda a história, que é uma história grande, do PSD”.
Antecipando o almoço agendado para a sede do partido, Montenegro confessou que tem “por hábito conversar com antigos líderes de quando em vez”, e não apenas os que foram primeiros-ministros. E destacou que “nenhum disse que não” ao convite para este almoço comemorativo do aniversário do PSD, à exceção de Marcelo Rebelo de Sousa, que “como Presidente da República não deve ter uma participação partidária numa altura em que estamos em campanha eleitoral”.
(Notícia atualizada às 12h10 com declarações de Luís Montenegro)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Pedro Nuno “não está sozinho” e “até agradece” que antigos líderes do PSD entrem na campanha
{{ noCommentsLabel }}