“Dezenas de alunos portugueses” podem ser afetados pela bloqueio de estrangeiros em Harvard
Presidente do Harvard Club of Portugal sinaliza que "serão, com certeza, dezenas" os alunos portugueses afetados pelo travão aos alunos estrangeiros em Harvard decidido pela administração de Trump.
A decisão da administração de Donald Trump de proibir a Universidade de Harvard de acolher alunos estrangeiros pode prejudicar dezenas de portugueses, sinalizou ao ECO o presidente do Harvard Club of Portugal, associação que reúne antigos alunos da referida instituição de ensino superior. José Tenório de Figueiredo mostra-se preocupado, e espera que o bloqueio seja revertido.
“Vejo com preocupação e tristeza esta decisão. Tem um impacto muito grave nos alunos que já lá estão e naqueles que estavam em processo“, sublinha o responsável, em conversa com o ECO.
Questionado sobre quantos alunos portugueses poderão ser prejudicados, José Tenório de Figueiredo explica que o clube que preside não tem esse levantamento feito, mas garante que “serão, com certeza, dezenas“.
No total, os alunos estrangeiros representam hoje mais de um quarto dos estudantes da Universidade de Harvard, frisa o mesmo. “São alunos de mestrado e doutoramento. São projetos de anos, conseguidos com muito esforço, que agora se veem suspensos“, assinala o presidente do Harvard Club of Portugal.
José Tenório de Figueiredo mostra-se preocupado também com a universidade em si, dizendo que os alunos estrangeiros acrescentavam muito a essa instituição. “É um problema muito grande do ponto de vista científico“, atira.
São alunos que acrescentavam muito à Universidade de Harvard. É um problema muito grande do ponto de vista científico.
Já sobre se esta decisão será ou não revertida, o responsável lembra que o Presidente dos Estados Unidos tem “mostrado vontade de reverter” decisões em outros campos, como se tem observado na aplicação de tarifas aduaneiras à União Europeia. “Espero que esta decisão seja reversível também“, afirma.
Importa notar que um tribunal norte-americano travou (mas apenas temporariamente) a decisão da administração de Donald Trump. No entanto, ainda este fim de semana, Donald Trump defendeu a sua decisão de proibir alunos estrangeiros em Harvard, acusando a instituição de ser pouco transparente.
Segundo noticiou a Reuters, a administração de Donald Trump revogou a capacidade da Universidade de Harvard matricular estudantes estrangeiros e está a forçar os atuais estudantes internacionais dessa instituição a serem transferidos para outras escolas.
A secretária de segurança interna dos Estados Unidos, Kristin Noem, acusou Harvard de “fomentar a violência, o antissemitismo e de colaborar com o Partido Comunista Chinês”. Segundo esse departamento, estas decisões foram tomadas depois de Harvard ter recusado dar informação acerca de alguns estudantes estrangeiros
Em reação, Harvard considerou ilegal estas decisões, que afetam milhares de estudantes. Segundo a Reuters, Harvard acolheu 6.800 estudantes internacionais no último ano letivo, o correspondente a 27% do total de novos alunos.
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