Exportações caem 5,7% em abril. Vendas para Espanha penalizam indicador
Um mês depois de Administração Trump ter imposto tarifas às exportações de aço, as vendas de Portugal para terras do 'Tio Sam' aumentaram 2,4%.
As exportações sofreram uma contração de 5,7% em abril, em termos homólogos, segundo a estimativa rápida do comércio internacional de bens do INE. A quebra das vendas de combustíveis é a grande responsável por este desempenho e Espanha é o país que mais penalizou este indicador. Um mês depois de Administração Trump ter imposto tarifas às exportações de aço, as vendas de Portugal para terras do ‘Tio Sam’ aumentaram 2,4%.
“Em abril de 2025, as exportações de bens registaram uma variação homóloga nominal de -5,7% (+0,1%, em março de 2025)”, explica o INE. É preciso recuar a março de 2024 para encontrar uma quebra mais expressiva (-13,4%), na altura também explicada pelos combustíveis. “Quando excluídas as transações TTE — ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade) –, o decréscimo das exportações foi superior, -7,2% face ao período homólogo (+1,2%, em março de 2025)”, explica o INE.
Mas, se forem excluídas as exportações de combustíveis e lubrificantes, o decréscimo das exportações foi menor, ou seja, uma quebra de 3% (+0,3%, em março de 2025), em resultado da diminuição expressiva nas transações desta categoria de produtos”, explica o INE. A diminuição das exportações de combustíveis e lubrificantes (-32,9%) é explicada por um efeito base, mas também pela diminuição dos preços desta categoria de produtos (-13,4%).
Em cadeia, as exportações diminuíram 4,8% em abril (-6,5%, em março de 2025).
Já as importações aumentaram 2,4% em abril, em termos homólogos, segundo a estimativa rápida. Assim, o défice da balança comercial de bens agravou-se em 614 milhões de euros, face ao mesmo mês de 2024, atingindo os 3.018 milhões de euros em abril de 2025.
No entanto, “quando excluídas as transações TTE, ou seja, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda (sem transferência de propriedade), as importações diminuíram 2,8% (+7,9%, em março de 2025)”, detalha o instituto de estatística. Excluindo combustíveis e lubrificantes, registou-se um acréscimo de 5,5% nas importações de abril de 2025 (+8,4%, em março de 2025) e, tal como nas exportações, os preços das importações continuam a registar uma variação negativa, -1,6%.
Face ao mês anterior, as importações aumentaram 2,3% em abril (-0,2% em março de 2025).
No capítulo das importações o destaque vai para a Irlanda porque registaram um salto de 792,2%, “evidenciando-se os fornecimentos industriais, nomeadamente produtos químicos, correspondente, em grande parte, a transações com vista a trabalho por encomenda (sem transferência de propriedade)”, explica o INE.
Em abril, e tendo em conta os principais países parceiros do ano anterior, o destaque vai para a diminuição das exportações para a Espanha (-3,1%), maioritariamente na categoria de fornecimentos industriais (-8,7%), para os Países Baixos (-15,6%), essencialmente, combustíveis e lubrificantes (-65,8%) e fornecimentos industriais (-22,2%), e para Itália (-9,5%) com a diminuição do material de transporte (-36,3%).
Já quanto aos Estados Unidos, a que o INE dedica um destaque especial, os primeiros dados de 2025 revelam que este parceiro comercial foi o destino de 6,2% das exportações (em 2024 o valor foi de 6,7%) e a origem de 2,1% das importações nacionais (2,2%, no ano passado). “Com a eleição da nova Administração dos Estados Unidos no início de 2025, a imposição de tarifas aduaneiras às transações provenientes da União Europeia, têm trazido novos desafios aos Estados-membros”, justifica o INE.
Nos últimos anos, as transações sem transferência de propriedade (TTE, com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda) têm apresentado aumentos significativos, em ambos os fluxos e os EUA não são exceção. No primeiro trimestre de 2025, as exportações TTE com destino aos Estados Unidos atingiram 32,2% e as importações 5,9%. “Em 2024, as TTE representaram 18,6% das exportações portuguesas para os Estados Unidos, diminuindo 2,5 p.p. face ao ano anterior (21,1%, o valor mais elevado desde 2018). Nas importações este aumento foi bastante menos expressivo, +1,7 p.p., para 3,0% em 2024”, contextualiza o INE.
(Notícia atualizada com mais informação)
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