Lítio: Antigos ministros integram comité consultivo da Savannah Resources

  • Lusa
  • 10:45

Mina de lítio a céu aberto proposta para o concelho de Boticas obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar a produção em 2027.

O comité consultivo da Savannah Resources é composto por Luís Mira Amaral, Luís Amado, Carlos Caxaria e Astrid Karamira, e visa apoiar a empresa no desenvolvimento da mina de lítio do Barroso, em Boticas, foi anunciado esta segunda-feira.

Luís Mira Amaral e Luís Amado são antigos ministros, Carlos Caxaria foi presidente da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e Astrid Karamira é especialista em cadeias de abastecimento minerais e fornecimento.

“Acreditamos que a diversidade de percursos enriquece o debate estratégico e ajuda a antecipar os vários desafios e oportunidades que se apresentam ao nosso projeto e a todos os parceiros nele envolvidos”, afirmou esta segunda, citado em comunicado, Emanuel Proença, presidente executivo (CEO) da Savannah.

A mina de lítio a céu aberto proposta para o concelho de Boticas, no norte do distrito de Vila Real, obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a empresa prevê iniciar a produção em 2027.

A Savannah explicou que o comité consultivo tem como objetivo apoiar a empresa no desenvolvimento do projeto de lítio do Barroso “contribuindo com análises, recomendações e orientações fundamentadas, com o objetivo de garantir o êxito e a sustentabilidade do projeto”.

A sua composição – agora com quatro membros – pode ser ajustada, devendo reunir periodicamente com a liderança da empresa.

Luís Amado foi ministro da Defesa Nacional e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, foi também secretário de Estado da Administração Interna e secretário de Estado da Cooperação, bem como deputado na Assembleia da República, tendo passado pelos bancos Banif e Cabo-Verdiano de Negócios e pela EDP.

Atualmente, exerce funções não executivas e de consultoria em várias empresas e instituições, sendo membro do Global Advisory Board da Sonae, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Oriente e Curador da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Luís Mira Amaral foi ministro do Trabalho e Segurança Social e da Indústria e Energia, foi gestor de empresas nos setores industrial, energético e tecnológico, professor universitário e membro das ordens dos engenheiros e dos economistas.

É, atualmente, consultor da FNWAY Consulting em projetos de investigação, desenvolvimento tecnológico e inovação para empresas e associações empresariais, e leciona as disciplinas de Economia para Engenheiros e Gestão para Engenheiros no Instituto Superior Técnico.

Carlos Caxaria foi vice-presidente do Instituto Geológico e Mineiro, vice-diretor da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e presidiu à EDM, empresa pública dedicada ao setor mineiro.

Astrid Karamira é especialista em cadeias de abastecimento minerais responsáveis e fornecimento responsável, tendo-se focado no setor do lítio (mercados, cadeia de valor e desafios do setor).

A polémica mina de lítio do Barroso foi reconhecida, em março, como projeto estratégico pela Comissão Europeia, ao abrigo do Regulamento das Matérias-Primas Críticas.

Na semana passada, a associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), a MiningWatch Portugal e a ClientEarth contestaram o apoio dado pela Comissão Europeia, apresentaram uma queixa a este organismo europeu e pediram uma reavaliação da sua decisão, considerando que “não avaliou corretamente” os riscos ambientais e sociais.

A empresa reagiu salientando que se orgulha do reconhecimento da Comissão Europeia à mina do Barroso e que os opositores ao projeto continuam “a espalhar mentiras” e a “reciclar argumentos” já refutados.

A Savannah prevê produzir lítio “suficiente para abastecer pelo menos meio milhão de baterias para veículos por ano, o equivalente a mais de três vezes o número total de veículos comprados anualmente em Portugal”.

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