Trump anuncia tarifas de 50% para produtos importados do Brasil
Trump volta à carga e envia notificações a mais oito países a anunciar as tarifas que entram em vigor a partir de 1 de agosto. Os produtos importados do Brasil recebem a tarifa mais alta do dia, 50%.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou esta quarta-feira cartas a mais oito países a impor novas tarifas que entram em vigor a partir de 1 de agosto. Argélia, Filipinas, Iraque, Brunei, Moldova e Líbia foram os destinatários desta vez dos correios da Casa Branca, com tarifas entre os 25% e 50%. Uma hora após lançar estas cartas, o Sri Lanka também foi incluído, com tarifas de 30%.
O Brasil seguiu-se, ao final do dia, com a tarifa mais pesada até ao momento. Os produtos importados do país liderado por Lula da Silva, num momento em que está ao leme dos BRICS, vão pagar 50% no início do próximo mês.
Na carta para Brasília, Trump justifica a taxa com a “forma como o Brasil tratou o anterior presidente Bolsonaro”, um “líder altamente respeitado”. O presidente dos EUA classificou como “uma desgraça internacional” o julgamento de Jair Bolsonaro “que nunca devia ter acontecido”, numa nova ingerência no funcionamento de um sistema judicial de outro Estado que, de resto, já tinha tido, com sucesso, na tentativa dos tribunais israelitas julgarem Benjamim Netanyahu.
Trump critica ainda os “ataques insidiosos” do Brasil a “eleições livres” e ao “direito de liberdade de expressão dos americanos”, lembrando o bloqueio de redes sociais – sem citar o caso concreto que opôs os tribunais à rede X de Elon Musk, que chegou mesmo a ser bloqueada no Brasil por incumprir as regras do país. Pelos “ataques” brasileiros à atividade do comércio digital das empresas dos EUA, Trump afirma que vai dar instruções à sua administração para iniciar uma investigação ao Brasil.
O presidente norte-americano avisa ainda, na carta, que se o Brasil retaliar com mais taxas aduaneiras serão adicionados mais 50% sobre estas tarifas. Mas, se pelo contrário, Brasília decidir eliminar tarifas e barreiras comerciais pode existir um “ajustamento” a esta carta. As tarifas podem ser “mudadas, para cima ou para baixo”, dependendo do estado da “relação” entre os EUA e o Brasil.
Antes, a administração Trump tinha avançado, no arranque desta ronda de tarifas, que aos produtos importados do Iraque, Argélia e Líbia seriam aplicadas taxas aduaneiras de 30%. Já os produtos da Moldova, Brunei e Filipinas vão receber taxas de 25%.
Na segunda-feira, o republicano enviou cartas a 14 países a anunciar as tarifas e ameaçou carregar ainda mais nas taxas caso os países visados decidam subir as suas tarifas à importação de bens norte-americanos.
Trump já avisou que a carta chegará em breve a Bruxelas. Na terça-feira, a Comissão Europeia defendeu que, “quanto mais depressa se chegar a um acordo, melhor” para acabar com a guerra tarifária entre União Europeia e Estados Unidos, apontando que um eventual adiamento até agosto “daria um pouco mais tempo”.
Ainda na noite de terça-feira, Donald Trump ameaçou impor tarifas de 50% às importações de cobre e introduzir, em breve, taxas há muito ameaçadas sobre os semicondutores e os produtos farmacêuticos, alargando assim a guerra comercial que tem estado a agitar os mercados.
(Notícia atualizada às 21h45 com mais informação)
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