Savannah espera investir este ano 15 a 20 milhões na mina de lítio em Boticas

"Na fase de construção, que deverá iniciar-se na segunda metade do próximo ano, estaremos a colocar ao serviço desse projeto acima de 300 milhões de euros", avançou ao ECO o CEO da Savannah.

A Savannah Resources espera investir, este ano, 15 a 20 milhões de euros no desenvolvimento do projeto de exploração de lítio em Boticas, avançou o CEO Emanuel Proença, ao ECO.

“Este ano estaremos a investir perto de 15 a 20 milhões de euros no desenvolvimento do projeto. Estamos a preparar a fase de construção. Nessa fase de construção, que deverá iniciar-se na segunda metade do próximo ano, estaremos a colocar ao serviço desse projeto acima de 300 milhões de euros e essa será a fase em que muito mais acontece e muito mais empregos são gerados”, explicou Emanuel Proença, à margem do Conversas com Fomento, de que o ECO foi media partner.

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Para ganhar fôlego para estes investimentos, a empresa concluiu a 2 de julho um aumento de capital, num total de 5,6 milhões de euros. A participação portuguesa no capital da empresa é agora de 25%, com destaque para as participações de 10% do grupo Lusiaves e de Mário Ferreira, CEO da Douro Azul, e o proprietário da Pluris Investments, que é a maior acionista da Media Capital.

Temos muitos investimentos a fazer no nosso projeto de Lítio do Barroso. Há muito trabalho a fazer para garantir que o projeto tem todas as condições para estar em produção de forma competitiva, de forma ambientalmente e socialmente sustentável, a serviço da região e a serviço do país”, explicou o responsável.

Os trabalhos de campo foram interrompidos durante duas semanas em fevereiro, na sequência de uma providência cautelar interposta por proprietários de terrenos. Mas depois da emissão de uma “resolução fundamentada” pelo Estado português os trabalhos têm decorrido sem paragens. Contudo, a contestação ao projeto mantém-se, com os escritórios a serem vandalizados com frequência.

Emanuel Proença garante que os trabalhos “estão a correr bem, bastante bem”. “Sabemos que temos uma responsabilidade grande de fazer um projeto desafiante e que era bastante mal compreendido até há dois anos. Acho que é cada vez mais bem compreendido, mas é preciso continuarmos a demonstrar que estamos a fazer um projeto bom. Sabemos que temos um projeto muito importante para o país porque ajuda a construir uma fileira de grande dimensão. Estamos a progredir da forma que devemos com resultados muito bons”, disse o presidente executivo.

Temos estado a anunciar aos nossos acionistas resultados muito interessantes do lado da exploração da componente do recurso, que demonstram que teremos um projeto dos mais interessantes na Europa, se não no mundo”, acrescentou Emanuel Proença, desvalorizando os riscos que descobertas como a do novo depósito lítio, com cerca de 490 milhões de toneladas, feita pela China, o segundo país do mundo com maiores reservas identificadas de lítio.

“Estes anúncios estão associados a fases muito, muito preliminares de a hipótese de teste de lítio em algum local”, explica Emanuel Proença. “Há lítio em vários locais do mundo. Mas, ter o lítio da forma certa, com a mineralogia certa, com os graus de concentração certos, que faz um projeto competitivo, é muito difícil”, frisa.

Nos recursos minerais demora muito tempo a irmos da tese geológica, que é onde está esse anúncio, até a um projeto exequível”. O CEO da Savannah atira que a “mortalidade” dos projetos é elevada, sobrevivendo apenas um em cada mil. “Este é um setor onde há muito para fazer ainda, antes de se entrar em produção. É a natureza deste setor”, conclui.

“Temos a sorte de já ter feito todo esse trabalho — temos praticamente dez anos de trabalho feito e muitos milhões de euros investidos — em ter a certeza absoluta que este é um daqueles projetos que consegue fazer caminho e que consegue trazer o lítio que o mundo precisa para se descarbonizar e para se desenvolver a preços competitivos de forma adequada”, concluiu o CEO que agora conta com um novo comité consultivo, que integra antigos ministros como Luís Mira Amaral e Luís Amado, para ajudar a desenvolver a mina de lítio do Barroso.

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