Portugal saúda acordo da UE com EUA: “Evita a escalada, mas põe exigências novas”, diz Montenegro
Governo promete às empresas portugueses "total cooperação para mitigar efeitos negativos [das tarifas norte-americanas] e facilitar o acesso a novos mercados”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou esta segunda-feira que o acordo comercial alcançado no domingo entre os Estados Unidos e a União Europeia permite estabilidade, embora alerte que levanta novos desafios sobre novos acordos e barreiras.
“O acordo comercial UE-EUA traz previsibilidade e estabilidade, vitais para as empresas portuguesas e a economia. Evita a escalada, mas põe exigências novas na luta por mais acordos de comércio, no corte de barreiras e na agenda transformadora de simplificação e redução de custos”, escreveu o primeiro-ministro, numa publicação na rede social X.
Tweet from @LMontenegro_PT
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou esta segunda-feira que o acordo comercial alcançado no domingo entre os Estados Unidos e a União Europeia “traz estabilidade”, mas defendeu a eliminação de barreiras ao comércio com os EUA, enquanto promete apoios às empresas nacionais.
“O acordo comercial UE-EUA traz previsibilidade e estabilidade, ao evitar uma guerra comercial em escalada“, afirma, num comunicado enviado à Lusa, o Ministério tutelado por Paulo Rangel.
O Governo português “saúda e agradece” à Comissão Europeia “o empenho para conseguir esta plataforma de estabilização das relações comerciais”. Enquanto se aguarda um “conhecimento detalhado dos termos e impacto” do acordo, o Executivo destaca que foram salvaguardados “alguns pontos críticos”.
“Seja como for”, sublinha o ministério liderado por Paulo Rangel, “nada substitui a liberdade de comércio”.
“Por isso, é fundamental que a UE e Portugal não desistam de se bater pela progressiva redução e eliminação de direitos aduaneiros e barreiras equivalentes ao comércio com os EUA, bem como com os restantes parceiros comerciais”, salienta a nota do MNE.
O Executivo chefiado por Luís Montenegro (PSD/CDS-PP) promete apoiar as empresas portuguesas. “Dentro deste novo quadro, as empresas portuguesas podem contar com a total cooperação do Governo português para mitigar efeitos negativos e facilitar o acesso a novos mercados“, adianta.
O Governo reafirma ainda a importância de os 27 fomentarem “novos acordos de comércio livre” e de “acelerar a entrada em vigor dos já negociados, designadamente do Mercosul”.
O acordo comercial anunciado no domingo em Turnberry, na Escócia, pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus.
O acordo prevê também o compromisso da União Europeia (UE) sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros) — visando nomeadamente substituir o gás russo — e o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros), além de aumentar as aquisições de material militar.
As duas principais potências comerciais trocam diariamente cerca de 4,4 mil milhões de euros em bens e serviços, e Washington ameaçava impor, já a partir de 1 de agosto, tarifas aduaneiras de 30% sobre todas as importações europeias.
(Notícia atualizada às 13h50 com a reação do primeiro-ministro)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Portugal saúda acordo da UE com EUA: “Evita a escalada, mas põe exigências novas”, diz Montenegro
{{ noCommentsLabel }}