“Espera-se que o crescimento desacelere no terceiro trimestre”, avisa Lagarde

  • Lusa
  • 20 Agosto 2025

A presidente do BCE defende que a economia da zona euro vai sentir mais o impacto das tarifas dos EUA no terceiro trimestre, à medida que a capacidade de "antecipação se vai diluindo".

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, apontou esta quarta-feira que a atividade económica da zona do euro deverá perder força no terceiro trimestre, alertando também para a incerteza à volta das tarifas e o seu impacto.

O crescimento do bloco europeu será impactado pela adoção de tarifas e pela normalização dos fluxos comerciais após as medidas pré-tarifárias implementadas nos primeiros meses do ano. “Espera-se que o crescimento desacelere no terceiro trimestre, à medida que esta antecipação se vai diluindo”, alertou Lagarde durante a participação no Conselho Empresarial Internacional do Fórum Económico Mundial, em Genebra.

A líder do BCE observou que o recente acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos impõe tarifas mais altas sobre produtos da zona do euro em comparação com a situação anterior a abril.

Nesse sentido, a presidente do BCE enfatizou que o acordo comercial com os EUA estabelece uma tarifa efetiva média estimada entre 12% e 16% para as importações americanas de produtos da zona do euro, o que é ligeiramente superior, embora próximo, às premissas utilizadas pelo BCE nas suas projeções.

O resultado do acordo comercial está muito aquém do cenário severo de tarifas dos EUA excedendo 20% sobre produtos da zona do euro, projetado nas previsões de junho”, enfatizou, embora tenha reconhecido que “a incerteza persiste”, já que as tarifas específicas sobre produtos farmacêuticos e semicondutores continuam obscuras.

Assim, o BCE terá em consideração as implicações do acordo comercial UE-EUA para a economia da zona do euro nas projeções de setembro, que vão orientar as decisões do Conselho do BCE nos próximos meses.

Lagarde destacou ainda que o acordo comercial entre Bruxelas e Washington “reduziu”, mas “certamente não eliminou” a incerteza global, nomeadamente porque ainda é necessário clarificar as tarifas específicas para os setores farmacêutico e de semicondutores.

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