Acionistas do italiano Mediobanca chumbam compra do Banca Generali por 6,3 mil milhões
Os acionistas do grupo financeiro de Milão recusaram esta quarta-feira o acordo para a aquisição do concorrente. Negócio que criaria um “líder europeu” na gestão de fortunas colapsou.
Os acionistas do banco italiano Mediobanca chumbaram esta quarta-feira a oferta de 6,3 mil milhões de euros para comprar o concorrente Banca Generali. O negócio que criaria sinergias de 300 milhões de euros na gestão de fortunas colapsou após ter recebido apenas um terço de votos a favor.
“O Mediobanca, reconhecendo o resultado da reunião [de acionistas], declara caducada a oferta sobre o Banca Generali”, informou o banco de investimento fundado em 1946 para apoiar a reconstrução da indústria italiana após a Segunda Guerra Mundial.
O CEO do Mediobanca admitiu que foi “uma oportunidade perdida” para o desenvolvimento tanto do banco como do sistema financeiro italiano e criticou os votos negativos. “Em particular, dos acionistas que também manifestaram um claro conflito de interesses nas suas atividades de engagement, pondo essas relações com outras situações/ativos italianos à frente do dos acionistas do Mediobanca. É evidente pelo voto que aqueles que não se encontravam nesta posição se manifestaram a favor (mercado em primeiro lugar), em linha com as recomendações dos consultores internacionais”, afirmou Alberto Nagel.
Alberto Nagel deixou ainda um agradecimento aos que “apoiaram a transação com o Banca Generali como mais um passo definitivo para a criação de uma gestora de património de âmbito internacional” e a garantia de que o compromisso com o plano estratégico “Uma Marca – Uma Cultura” continua.
O resultado da votação foi o seguinte: votos a favor representaram 35% do capital social do banco (25% de investidores institucionais e 10% de investidores particulares), contra 10% (basicamente o grupo Caltagirone) e abstenção 32% (dos quais 20% da Delfin, a holding criada pelo bilionário italiano Leonardo Del Vecchio, dono da Ray-Ban, 5% de fundos de Segurança Social – Enasarco, Enpam, Forense – 3% de investidores institucionais, 2% da Edizione Holding e 2% da Unicredit). O que significa que não foi atingida a maioria necessária para viabilizar o negócio.
Foi no final de abril que o banco com sede em Milão divulgou a proposta de 6,3 mil milhões de euros para adquirir o rival Banca Generali e dar origem “a um líder do mercado europeu” que iria gerar cerca de 300 milhões de euros em sinergias. O anúncio surgiu numa altura em que o Mediobanca procurava evitar uma oferta que considerou “hostil” do Monte dei Paschi di Siena, que três meses antes havia oferecido 13,3 mil milhões de euros para adquirir a totalidade das ações do banco especializado em investimento e gestão de fortunas.
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