Ucrânia. Grupo de 26 países oferece “força de segurança” em caso de acordo de paz, avança Macron
A força "não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia", frisou o Presidente francês.
Vinte e seis países, na maioria europeus, comprometeram-se esta quinta-feira com uma “força de segurança” em caso de um acordo de paz no conflito da Ucrânia, anunciou o Presidente francês.
De acordo com Emmanuel Macron, o grupo de países, reunidos em Paris e por videoconferência no âmbito da Coligação de Boa Vontade, prontificou-se para prestar garantias de segurança às autoridades da Ucrânia, estando “presentes em terra, no mar ou no ar”.
Esta força “não tem intenção nem objetivo de travar qualquer guerra contra a Rússia”, frisou o Presidente francês à imprensa, referindo que os Estados Unidos foram também “muito claros” sobre a sua disponibilidade para participar no apoio à decisão tomada pelo grupo de aliados de Kiev.
O Presidente ucraniano saudou entretanto o compromisso de 26 países de enviar tropas para a Ucrânia ou de estar presentes em terra, mar ou ar para garantir a segurança após um hipotético cessar-fogo com Moscovo.
“Vinte e seis países concordaram em fornecer garantias de segurança à Ucrânia. Penso que hoje, pela primeira vez em muito tempo, este é o primeiro avanço concreto sério”, declarou Volodymyr Zelensky, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O líder ucraniano falava ao lado do homólogo francês, Emmanuel Macron, no final de uma reunião da coligação de países que se disponibilizaram para oferecer garantias de segurança à Ucrânia no caso de um cessar-fogo.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reiterou esta quinta-feira aos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, o apoio de Nova Deli a uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia.
“O primeiro-ministro Modi reiterou o firme apoio da à resolução pacífica do conflito [na Ucrânia] e à rápida restauração da paz e da estabilidade”, indicou o seu gabinete em comunicado hoje divulgado após uma conversa telefónica com os líderes da União Europeia (UE), classificando a guerra na Ucrânia uma “questão global de interesse mútuo” para a Índia e a UE.
Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, pediu ao homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, que Nova Deli utilize a sua relação única e influente com a Rússia para transmitir a Moscovo “a necessidade do regresso da paz à Europa”.
O chefe do Governo indiano reuniu-se esta semana na China com o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem sublinhou a necessidade de um acordo de paz rápido na Ucrânia. Modi, Putin e o Presidente chinês, Xi Jinping, mostraram esta semana, na cimeira de líderes da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), realizada na cidade chinesa de Tianjin, um novo eixo alternativo entre Nova Deli, Pequim e Moscovo.
Antes da cimeira da OCX e do seu encontro com Putin, Modi falou por telefone com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, com quem trocou opiniões sobre o conflito, os seus aspetos humanitários e os esforços para restaurar a paz e a estabilidade na região, uma prioridade para a Índia desde o início da guerra, em 2022.
A posição de Modi sobre a guerra na Ucrânia é única, combinando os seus fortes laços com Moscovo com a necessidade de manter canais de comunicação abertos com Kiev. Nova Deli insiste que a sua posição sobre a guerra na Ucrânia é de “neutralidade ativa” e apoia o diálogo, mas sem aderir às sanções ocidentais contra a Rússia.
A partir de Paris, os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu instaram o primeiro-ministro indiano a usar “o importante papel” do seu país para conseguir que a Rússia acabe com a sua guerra na Ucrânia e inicie um processo de paz.
“A Índia tem um papel importante a desempenhar para que a Rússia ponha fim à sua guerra de agressão e ajude a abrir um caminho para a paz”, afirmaram Ursula von der Leyen e António Costa numa mensagem publicada nas suas redes sociais após a conversa telefónica com Modi.
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