Reitor da Universidade do Porto recusa demitir-se e critica acusações e “tom” do ministro

Sousa Pereira lembra que nunca acusou ministro de o ter pressionado e ignora sugestão para se demitir: “Qualquer outro esclarecimento adicional será prestado unicamente às entidades" envolvidas.

António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto

O reitor da Universidade do Porto já reagiu às críticas violentas de que foi alvo por parte do ministro da Educação, que esta tarde, em conferência de imprensa, acusou António Sousa Pereira de “mentir sem qualquer pudor, procurando dessa forma alijar as suas responsabilidades”.

Em causa está a notícia que faz manchete na edição semanal do Expresso, em que o líder da academia portuense denuncia ter recebido pressões de várias pessoas para deixar entrar na Faculdade de Medicina 30 candidatos que não tinham obtido a classificação mínima na prova exigida no curso especial de acesso.

“O reitor da Universidade do Porto não mentiu. Em nenhum ponto da notícia, o senhor reitor afirma que foi pressionado pelo senhor ministro. O texto refere, isso sim, ‘pressões de várias pessoas influentes e com acesso ao poder’, pelo que se estranha a acusação do professor Fernando Alexandre, bem como o tom adotado durante a sua declaração pública”, lê-se num comunicado enviado às redações.

Aliás, acrescenta na mesma nota emitida pela reitoria da Universidade do Porto, o esclarecimento do Ministério e a declaração posterior do ministro na conferência de imprensa “confirmaram, de resto, todos os factos descritos da notícia do Expresso, incluindo as pressões de que também o Ministério e o Parlamento foram objeto”.

Esta tarde, nas declarações aos jornalistas, Fernando Alexandre manifestou “enorme desilusão” com Sousa Pereira e disse mesmo que aceitaria um pedido de demissão do reitor, se este a apresentasse. Isto porque, ao abrigo da autonomia das instituições de ensino superior, o Governo não pode intervir na escolha do reitor, que é votado por um conselho geral da própria universidade. O mandato termina em 2026.

E é numa resposta implícita a essa sugestão de demissão do ministro da Educação que surge um terceiro e último ponto no comunicado da reitoria da UP: “Qualquer outro esclarecimento adicional será prestado unicamente às entidades que venham ainda a ser chamadas a intervir neste processo”.

Isto é, os tribunais, o Ministério Público ou o Parlamento, onde vários partidos já pediram a audição urgente de ministro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Reitor da Universidade do Porto recusa demitir-se e critica acusações e “tom” do ministro

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião