Imobiliária Construtora Grão-Pará declarada insolvente

A sociedade Imobiliária Construtora Grão-Pará foi oficialmente declarada insolvente. Três semanas depois de se ter apresentado à falência, a empresa que construiu o Autódromo do Estoril recebeu a declaração de insolvência pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.

A notificação de sentença judicial foi divulgada esta quinta-feira em comunicado publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e surge após ter registado prejuízos ao longo de 15 anos (exceto em 2024).

Na sequência dos resultados negativos, os acionistas da empresa liderada pelo ex-dirigente do CDS Abel Pinheiro aprovaram em assembleia-geral, por unanimidade dos 15.246 votos emitidos, a insolvência da sociedade que chegou à bolsa de Lisboa em 1972.

A decisão baseou-se no facto de a Imobiliária Construtora Grão-Pará não ter, há vários anos, qualquer exploração ou atividade comercial nem “quaisquer proventos”. Aliás, só tem sobrevivido por causa dos empréstimos contraídos por Abel Pinheiro e pelos seus familiares, que superam os 1,5 milhões de euros.

“A razão primordial para a empresa ter, nestes últimos anos, lutado denodadamente pela sua viabilidade e subsistência prende-se com as ações judiciais que se encontram pendentes, nomeadamente nos casos em que os demandados são os Estado e outras entidades públicas”, justificou a empresa na mesma ocasião”, informou a Grão-Pará em comunicado divulgado aquando do pedido de insolvência.

No ano passado, o grupo Grão-Pará – composto pela Imobiliária Construtora Grão Pará e outras empresas associadas essencialmente na área do turismo – passou de prejuízos de 227,4 mil euros em 2023 para lucros de 36,5 mil euros. Os capitais próprios fixaram-se em 10,9 milhões de euros positivos. O resultado da Imobiliária Construtora Grão Pará deveu-se à reversão da imparidade do saldo da associada Grão-Pará Agroman.