Esporão vende marca de cerveja artesanal Sovina à Musa e passa a ser sócia da produtora de Lisboa
No âmbito do acordo, o histórico grupo de vinhos fica com uma participação de 10% no capital da Musa, liderada por André Henriques de Carvalho, que prevê faturar este ano 4 milhões de euros.
O Esporão vendeu a marca de cerveja artesanal Sovina à Musa. No âmbito deste acordo, o histórico grupo de vinhos fica com uma participação de 10% no capital da empresa liderada por André Henriques de Carvalho, que prevê faturar 4 milhões de euros no final deste ano.
A operação prevê ainda a deslocalização do equipamento instalado na alentejana Herdade do Esporão para a fábrica da nova dona da marca, localizada na região de Lisboa. Além dessa instalação industrial, a Musa conta atualmente com quatro brewpubs.
Foi em 2018, três anos depois da primeira tentativa, que o grupo controlado pela família Roquette decidiu diversificar o portefólio nas bebidas com a aquisição da companhia ‘Os três Cervejeiros’, do Porto, que produzia e comercializava a marca Sovina, fundada em 2011 e uma das pioneiras na produção de cerveja artesanal no país.
A Sovina é uma referência no movimento artesanal português e foi, para muitos, a porta de entrada para este universo. Recebê-la no portefólio da Musa é uma grande responsabilidade.
“A Sovina é uma referência no movimento artesanal português e foi, para muitos, a porta de entrada para este universo. Recebê-la no portefólio da Musa é uma grande responsabilidade, mas também um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver. A entrada do Esporão como parceiro confirma a maturidade que o setor alcançou e é um incentivo para continuarmos a inovar e a crescer com qualidade e consistência”, sublinha André Henriques de Carvalho, CEO da Musa.
Citado no mesmo comunicado, João Roquette, presidente do Conselho de Administração do Esporão, destacou que a compradora tem “demonstrado uma capacidade ímpar de crescimento com solidez, criatividade e proximidade ao consumidor”. “Juntar a Sovina ao seu portefólio e fazermos parte do projeto é garantir que o legado da marca se mantém vivo, com novas oportunidades de afirmação e sucesso de ambos os projetos”, acrescenta.
Na altura da compra, João Roquette assumiu que pretendia em cinco anos faturar dois milhões de euros com esse negócio. Em março deste ano, em declarações ao ECO, reconheceu que, volvido esse prazo, embora sem detalhar os valores, esse negócio “não [estava] a andar tão bem como [previa]”. Apontava “desafios do lado da distribuição” e esperava que “algumas mudanças” feitas no ano passado tivessem “impacto já em 2025”.
No ano passado, o volume de negócios do grupo Esporão rondou os 50 milhões de euros. Três em cada quatro euros (75%) continuaram em 2024 a ser faturados com os vinhos, com os azeites a valerem já 20% do total e os restantes 5% a resultarem de atividades turísticas.
No início deste ano, o grupo Esporão decidiu substituir 184 hectares de vinha por 182 hectares de olival biológico no âmbito de uma “reorganização estratégica” assente numa “análise criteriosa das condições agrícolas e económicas” e que vai “otimizar a utilização do solo” na herdade alentejana. Passou a comprar todas as uvas para o vinho Monte Velho a fornecedores locais e reforçou a “autonomia e rentabilidade” no azeite.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Esporão vende marca de cerveja artesanal Sovina à Musa e passa a ser sócia da produtora de Lisboa
{{ noCommentsLabel }}