Biotecnológica portuguesa Mondego Bio recebe 20 milhões da Biovance e fundos americanos

A empresa portuguesa Mondego Bio, que está a desenvolver tratamentos para o cancro, recebeu um financiamento de 20 milhões de euros de investidores nacionais – Biovance Capital – e fundos norte-americanos. O investimento série A contou com a participação das sociedades OrbiMed e Torrey Pines Investment, especializadas em biotecnologia e ciências da vida.

A Mondego Bio, fundada por João Francisco Fernandez, tem sede no parque Biocant, em Cantanhede, a partir de onde está a desenvolver moléculas inovadoras para inibir a proteína PTPN2 (fosfatase de tirosina não-receptor) de forma a criar terapias imuno-oncológicas e combater doenças oncológicas. Fundada há menos de um ano, conta com a canadiana Ness Therapeutics como acionista maioritária.

Agora, ganha um reforço de capital por parte dos investidores de Lisboa, de Nova Iorque (a OrbiMed, que tem mais de 17 mil milhões de dólares em ativos sob gestão) e de San Diego, a partir de onde a Torrey Pines Investment opera. Aliás, a atividade da Mondego Bio baseia-se em investigação inicialmente desenvolvida pela Eilean Therapeutics, uma startup criada em 2022 pelas empresas norte-americanas.

“Este é o nosso primeiro investimento no sul da Europa e uma colaboração bem-sucedida com a OrbiMed e a Biovance Capital”, afirmou Nikolay Savchuk, managing partner da Torrey Pines Investment, em comunicado divulgado aos meios de comunicação social.

A portuguesa Biovance Capital investiu através do fundo Biovance Capital Fund I, com 57 milhões de euros, criado para o “desenvolvimento de novos medicamentos em Portugal e na Europa”.

“Procura também atrair cientistas e investidores de classe mundial para Portugal, como no caso da Mondego Bio. É um marco histórico para o setor da biotecnologia em Portugal, pois pela primeira vez fundos americanos desta dimensão investem numa empresa portuguesa”, destaca Ricardo Perdigão Henriques, managing partner da Biovance Capital.

O fundo da Biovance Capital tem verbas provenientes do Fundo Europeu de Investimento, do Banco Português de Fomento e da Comissão Europeia, através dos programas Portugal Tech e InvestEU, bem como investidores privados como a Bial, Caixa Capital, Ageas Pensões, o Fundo de Pensões EDP, e outros privados europeus e dos Estados Unidos.