Turismo continua a impulsionar economia e turistas a gastar em níveis recorde
No ano passado, o turismo em Portugal contribuiu com 34 mil milhões de euros para a economia, o que equivale a 12% do Produto Interno Bruto (PIB).
O turismo tem vindo a impulsionar a economia, ainda que se tenha registado um abrandamento no contributo para o crescimento, enquanto os turistas estrangeiros gastam cada vez mais em Portugal.
No ano passado, o turismo em Portugal contribuiu com 34 mil milhões de euros para a economia, o que equivale a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), um valor em linha com 2023 (12%) e acima da percentagem de 2022 (11,2%).
A atividade turística tinha atingido em 2023 máximos históricos. No entanto, se nesse ano foi responsável por quase metade do crescimento real da economia (48% do total), o peso baixou em 2024, com o turismo a explicar apenas 15% da variação do PIB.
Segundo o INE, o turismo deu “um contributo de 0,3 pontos percentuais para o crescimento real do PIB em 2024 (1,9%)”, quando o relatório do ano passado, de 01 de agosto de 2024, mostrava que as atividades turísticas tinham contribuído “com quase metade (1,1 pontos percentuais) para o crescimento real do PIB em 2023 (2,3%)”.
Apesar deste abrandamento, o contributo para a evolução da economia continua a ser positivo.
Por outro lado, as estimativas do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) apontam que o setor de Viagens e Turismo de Portugal deve continuar a crescer em 2025, sendo que um estudo feito em colaboração com a Oxford Economics prevê que o setor contribua com 62,7 mil milhões de euros para a economia nacional este ano, representando 21,5% do PIB e superando o pico de 2019 de quase 38%.
Ainda não existem dados finais para 2025, mas é já possível verificar que em julho de 2025, as receitas turísticas, com as despesas dos turistas estrangeiros em Portugal, atingiram os 4,1 mil milhões de euros, de acordo com os dados do Banco de Portugal (BdP), o valor mais elevado para um mês de julho na série estatística.
Já no ano passado, as receitas turísticas chegaram aos 4,1 mil milhões de euros em agosto, o que representou um máximo histórico. As exportações de viagens e turismo, que mostram os gastos efetuados por não residentes em Portugal no âmbito de uma viagem ou estadia em Portugal, atingiram 4.149,07 milhões de euros em agosto de 2025, o valor mais alto da série estatística iniciada em 1996 e uma subida de 4,2% face aos 3.979,17 milhões registados em agosto de 2023.
O turismo tem sido visto como um motor da economia, mas após a pandemia surgiu a discussão sobre a dependência deste setor para o crescimento, já que durante esse período os confinamentos e regras de saúde pública limitaram fortemente as viagens internacionais.
O ministro das Finanças chegou a defender, em novembro do ano passado, na Web Summit, que é necessário “reduzir a importância” do turismo no PIB e nas exportações, aumentando por outro lado o peso da tecnologia e serviços de “alto valor acrescentado”.
Nessa altura, o governante admitiu que o turismo é uma “atividade muito importante em Portugal, representando 20% do PIB”, mas defendeu que é necessário “reduzir essa importância e a única forma do país crescer com melhores salários, melhores serviços públicos é com inovação, serviços a vender alta tecnologia e com alto valor acrescentado”.
No entanto, este ano as tensões comerciais acabaram por afetar a atividade económica e, segundo o Conselho das Finanças Públicas, o crescimento do PIB será mais impulsionado pela procura interna do que pelas exportações, onde se inclui o turismo.
Na apresentação das previsões económicas, esta semana, Nazaré da Costa Cabral salientou que “a economia fez um grande esforço de reajustamento e reconversão do perfil de crescimento económico, de um perfil que se baseava na procura interna” para o aumento da vertente externa, o que teve o contributo do turismo, mas agora esta tendência está a perder força.
O crescimento com base no consumo privado tem riscos, sinalizou, pelo que deixou o alerta de que não se pode “perder capacidade competitiva”.
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