“Não há dúvidas que foi um apagão em Espanha que afetou Portugal”, diz ministra da Energia

Em reação ao relatório preliminar que foi divulgado, esta sexta-feira, pelo grupo de peritos, a ministra do Ambiente considera que Portugal reagiu bem.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, frisa que o relatório mais recente sobre o apagão coloca em evidência que o apagão teve origem em Espanha e não houve “nenhum problema” do lado português.

Não há dúvidas que é um apagão em Espanha que afetou Portugal“, afirmou a ministra, distanciando o país de responsabilidades, em reação ao relatório factual sobre o apagão ibérico, que foi divulgado esta sexta-feira pelo grupo de peritos. “Está ali comprovado, com dados, que não foi nenhum problema do lado português“, rematou, considerando que “não foi um apagão que tivesse tido origem de modo nenhum em Portugal e resistimos bem, resistimos o máximo que podíamos“.

Além disso, entende que o relatório comprova que o controlo de tensão português “correu bem”, sendo que uma voltagem elevada (tensão em alta) no sistema estará na origem do apagão, de acordo com os dados divulgados pela ENTSO-E.

O painel de especialistas da Rede Europeia de Operadores de Redes de Transporte de Eletricidade (ENTSO-E) apresentou, esta sexta-feira, o relatório preliminar sobre o apagão ibérico, “o incidente de apagão mais severo no sistema energético europeu dos últimos 20 anos“.

Adicionalmente, a governante deteta que “muitas das debilidades sinalizadas no relatório não se aplicam no nosso país”, exemplificando com a análise e controlo de tensão que o relatório diz não ser suficiente em Espanha, e que já era feita por Portugal nas centrais solares e térmicas, essencialmente a partir de 2018. “Nós estamos a cumprir as recomendações para o futuro“, disse.

Mais arranque autónomo, painéis nos hospitais e investimento nas redes a caminho

Por fim, o relatório dá confiança ao Governo de que as medidas tomadas na sequência do apagão “vão no sentido certo”. Foram na altura avançadas 31 medidas, um investimento entre 300 a 400 milhões de euros, entre elas o reforço da capacidade de de arranque autónomo (blackstart). Neste campo, indica que “está tudo a correr bem para que tenhamos quatro centrais de arranque autónomo a partir de 1 de janeiro de 2026”.

Tendo ainda em conta a aprovação de uma verba de 25 milhões de euros para reforçar a resiliência de infraestruturas críticas no setor da saúde, num despacho publicado a 26 de setembro, a ministra informa que vão ser abertos concursos “em breve” para a instalação de painéis solares fotovoltaicos com baterias nas instalações de saúde.

A ministra avançou ainda que, esta semana, já foi enviado para a Assembleia da República o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Distribuição de Eletricidade, para o período 2026-2030 (PDIRD-E), avaliado em 1.581 milhões de euros, o qual já recebeu parecer favorável da DGEG e da ERSE. Depois da discussão no Parlamento, seguirá para Conselho de Ministros.

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