Kiev defende defende que a Europa deve financiar mais compra de armamento norte-americano
"Não é que prefiramos armas americanas às francesas ou alemãs. O problema é que estamos a pedir aos Estados Unidos armas que os europeus não podem fornecer", disse a embaixadora ucraniano na NATO.
A Europa deve financiar mais compras de armas dos Estados Unidos para a Ucrânia, uma vez que não consegue fornecê-las em quantidades suficientes, defendeu esta quarta-feira a embaixadora ucraniana na NATO.
“Os países europeus da NATO não podem substituir as armas dos EUA, nem em modelo, nem em volume, nem em velocidade de entrega”, frisou Alyona Getmanchuk em entrevista à agência France-Presse (AFP) na sede da aliança em Bruxelas. “As armas americanas continuam a ser cruciais, especialmente para a defesa aérea”, enfatizou, antes de uma reunião dos ministros da Defesa da NATO e do Grupo de Contacto com a Ucrânia.
Grande parte deste equipamento é fornecido pela iniciativa PURL, um fundo multinacional liderado pelos Estados Unidos, que permite aos países europeus financiar a transferência de armas norte-americanas para a Ucrânia. E muitas armas essenciais, como as baterias de defesa aérea Patriot, “são-nos entregues quase exclusivamente através deste mecanismo”, explicou a embaixadora, que está no cargo desde agosto de 2025.
Kiev já recebeu duas tranches de ajuda no valor aproximado de 2 mil milhões de dólares, financiadas pelos Países Baixos e por vários países escandinavos, anunciou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no final de setembro. A Alemanha e o Canadá comprometeram-se a financiar mais duas, no valor de 500 milhões de dólares cada, segundo o chefe de Estado ucraniano.
“Seria bom finalizar os pacotes cinco e seis antes da reunião do Grupo de Contacto” em Bruxelas, enfatizou Getmanchuk. O objetivo é receber aproximadamente mil milhões de dólares por mês dos países europeus para que esta iniciativa atinja todo o seu potencial, segundo Zelensky.
No entanto, sublinhou a embaixadora ucraniana, Kiev não favorece as armas norte-americanas em detrimento das europeias. “Não é que prefiramos armas americanas às francesas ou alemãs. O problema é que estamos a pedir aos Estados Unidos armas que os europeus não podem fornecer”, lembrou.
Face à intensificação dos ataques russos, particularmente contra a sua infraestrutura energética, a Ucrânia há muito que defende a possibilidade de atacar também profundamente o território russo. “A defesa aérea é crucial, mas, em última análise, é um analgésico. Para atacar a fonte da dor, precisamos de ataques profundos”, dentro da Rússia, salientou.
“O importante é fazer com que os russos entendam que tudo é possível, que todas as opções estão em cima da mesa”, enfatizou. Os Estados Unidos hesitam há muito tempo em fornecer capacidades de ataque de longo alcance, como mísseis, temendo uma escalada.
No entanto, o Governo norte-americano liderado por Donald Trump indicou recentemente a sua disponibilidade para fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance. Os ataques profundos da Ucrânia contra a Rússia com armas norte-americanas não podem ser descartados, afirmou o enviado dos EUA à Ucrânia, Keith Kellogg, no final de setembro, após comentários semelhantes do vice-presidente J.D. Vance.
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