Governo revê em baixa crescimento da economia para 2% este ano e 2,3% em 2026

Procura interna deverá continuar a contribuir para o crescimento económico. Na proposta do Orçamento do Estado, Ministério das Finanças destaca ainda o dinamismo do investimento.

O Governo reviu em baixa a previsão do crescimento económico para 2% este ano, embora espere uma ligeira aceleração para 2,3% em 2026. As previsões constam do relatório do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), entregue esta quinta-feira no Parlamento.

No documento, o Ministério das Finanças corta a projeção para este ano em 0,4 pontos percentuais face aos 2,4% esperados anteriormente. Deste modo, alinha com a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2% e de 1,9% do Conselho das Finanças Públicas (CFP) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), ficando próximo da esperada Comissão Europeia de 1,8%.

A revisão em baixa já tinha sido sinalizada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, nos últimos meses e confirmada nas reuniões que o Executivo teve com os partidos políticos com assento parlamentar em setembro, não ficando longe dos 2,1% registados em 2024.

Para 2026, no programa eleitoral, a AD – Coligação PSD/CDS previa uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6%, mas o Ministério das Finanças está agora menos otimista, esperando uma taxa de 2,3%. Entre as principais instituições económicas nacionais e internacionais não existe para já consenso sobre se no próximo ano o país irá voltar a crescer acima de 2%.

O Banco de Portugal está tão otimista quanto a Comissão Europeia, enquanto a OCDE projeta uma taxa de 1,9%, o CFP de 1,8% e o FMI de 1,7%. O Banco de Portugal está tão otimista quanto a Comissão Europeia, com ambos a esperar um avanço do PIB de 2,2%, enquanto a OCDE projeta uma taxa de 1,9%, o CFP de 1,8% e o FMI de 1,7%.

No relatório, o Ministério das Finanças assinala que “o PIB deverá apresentar um crescimento de 2% em 2025 e 2,3% em 2026, beneficiando da aceleração da formação bruta de capital fixo (FBCF), refletindo o perfil esperado de fundos europeus“.

Para 2025, o Ministério das Finanças conta com um crescimento do consumo privado de 3,4%, do investimento de 3,6% e das exportações de bens e serviços de 1,5%. Para o ano seguinte, as expetativas são de uma subida de 2,7% do consumo privado, de 5,5% do investimento e de 1,8% das exportações.

O Governo projeta ainda que, no conjunto de 2025, a inflação (medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) se situe em 2,4%, não antecipando um abrandamento significativo dos preços nos próximos meses. Já para 2026 aponta para um abrandamento para 2,1%, próximo da meta do Banco Central Europeu (BCE).

Governo prevê aceleração do crescimento no segundo semestre

No primeiro semestre do ano, a economia portuguesa cresceu 1,8% em termos homólogos, mas o Ministério das Finanças para a segunda metade antecipa “uma aceleração do PIB”.

A previsão é baseada na manutenção esperada de “um crescimento robusto da procura interna e de alguma recuperação das exportações após o comportamento fraco registado no primeiro semestre“.

A tutela destaca ainda que, “nos próximos meses, o maior investimento em defesa, a execução dos concursos de obras públicas já lançados e dos investimentos relativos ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a par do alívio das pressões no setor relativas aos custos dos materiais e ao custo do crédito, deverão contribuir positivamente para a dinâmica do investimento até ao final de 2025, implicando um crescimento médio anual de 3,6%”.

“Em 2026, ano de finalização dos investimentos ao abrigo do PRR, a FBCF deverá apresentar uma aceleração para 5,5%”, assinala.

(Notícia atualizada)

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