Cotrim acredita na segunda volta num caminho que “só acaba em Belém”
O candidato João Cotrim Figueiredo manifestou confiança de que vai surpreender e seguir para uma segunda volta, assumindo-se como uma figura que não está "preso a lógicas partidárias" ou interesses.
O candidato presidencial João Cotrim Figueiredo manifestou confiança de que irá surpreender e seguir para uma segunda volta, assumindo-se como uma figura independente que não está “preso a lógicas partidárias” ou interesses. “A primeira e principal mensagem que quero deixar aqui hoje é dizer com toda a clareza: eu vou à segunda volta. É contra muitos que não acreditam, mas eu acredito, vocês acreditam e isso é o essencial para começar este caminho que só acaba no Palácio de Belém“, considerou Cotrim.
O eurodeputado e antigo líder da Iniciativa Liberal falava na apresentação oficial da sua candidatura às eleições presidenciais de 18 de janeiro, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Dirigindo-se diretamente aos seus adversários na corrida “para que eles percebam bem”, Cotrim disse não estar “preso a lógicas partidárias”, a interesses “mais ou menos instalados”, “a aparelhos, a cálculos eleitorais, nem a organizações discretas ou secretas”. “Querem mais independência do que esta”, questionou.
Cotrim não poupou os comentadores que o vão desvalorizar, mas também os adversários políticos, um a um. “Para mim ser Presidente da República não é um prémio de carreira. Já fiz melhor”, diz, atirando a António José Seguro e a Gouveia e Melo. “Para mim ser Presidente da República não é continuar as funções de comentador, que nunca tive”, afirma, numa ‘direta’ a Marques Mendes. E também para Ventura: “Para mim ser Presidente da República não é para ganhar mais tempo de antena para berrar nas televisões”.
Sobre os media, antecipa o que vai suceder nos próximos três meses: “Há muitos, incluindo uma parte dos media, que ainda não perceberam a vaga de fundo que está à volta desta candidatura. São os tristes do costume. Com a preguiça de não querer ver. As narrativas em que tão preguiçosamente acreditam, mudam depressa”. João Cotrim Figueiredo diz que “Portugal está acordado e a acreditar e que, mais uma vez os comentadores do sistema vão ficar surpreendidos”.
Mandatário Júdice afirma que está tudo em aberto e lembra Soares
O ex-militante social-democrata José Miguel Júdice apelou ao voto no candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo, lembrando o resultado de Mário Soares na corrida de 1986 e comparando-o ao atleta olímpico e campeão mundial Isaac Nader. “Nos últimos tempos, o único argumento que ouvi é ‘tenho medo que o meu voto possa ser desperdiçado’. Mas não se deixem iludir: o jogo está totalmente aberto”, realçou mandatário nacional da candidatura de Cotrim, o advogado José Miguel Júdice, na apresentação oficial que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Numa breve intervenção que antecedeu o discurso do candidato, Júdice salientou que “Cotrim, ao contrário de outros, é apoiado porque sim, enquanto outros muitas vezes serão apenas apoiados porque não”. “Não vejo, como no caso de outros, apoio por mera resignação ou por perigosas ilusões”, considerou.
O advogado deixou alguns exemplos “do passado” para “perceber o presente”, recuando às eleições presidenciais de 1986, nas quais o histórico socialista Mário Soares “partiu, no mês de outubro, com sondagens que lhe davam 8%, menos do que as sondagens dão ao João”. “Mas passou à segunda volta com 25,43% dos votos. É pois possível superar as sondagens após uma excelente campanha, como manifestamente foi a campanha de Mário Soares. E Cotrim, para passar à segunda volta, nem precisa de ter 25%, bastará alcançar cerca de 20%”, salientou.
Júdice socorreu-se ainda de outro exemplo para apelar ao voto no eurodeputado e antigo presidente da Iniciativa Liberal, o do atleta olímpico e campeão mundial de 1.500 metros, Isaac Nader. “Este ano, na prova dos 1.500 metros do mundial de atletismo, um português conseguiu chegar à final. Mas nenhum comentador lhe dava a mais pequena hipótese de ganhar”, realçou. Isaac Nader, “filho de um imigrante”, algo que Júdice registou “com muita alegria e orgulho” – momento que gerou palmas na sala – “chegou à reta final em quinto lugar e, nos últimos 100 metros, ultrapassou quatro adversários e foi campeão mundial”. “Ou seja, é na reta final que se ganham ou perdem os combates”, avisou.
Se por acaso os eleitores “desanimarem, ou se acaso se confrontarem com alguns que continuam a duvidar”, Júdice deixou um pedido: “Vejam e revejam o filme da reta final dos 1.500 metros e digam ‘Cotrim é o Isaac Nader do campeonato das Presidenciais’”.
“Nas circunstâncias do nosso tempo e do nosso espaço, Portugal precisa de um Presidente que possua em grau de excelência três qualidades: ser otimista sobre os portugueses, ser ambicioso sobre Portugal” e “nisso e para isso, construir e revelar uma visão de futuro”, elencou. Cotrim, “quer em mérito absoluto, quer em mérito relativo, possui essas qualidades, sem rival entre os concorrentes”, defendeu Júdice.
A apresentação arrancou com uma intervenção da primeira mulher chefe de Governo da Bélgica e atualmente vice-presidente do Parlamento Europeu, Sophie Wilmès, que elogiou a experiência profissional de João Cotrim Figueiredo, considerando que o político “não é do tipo de sucumbir à inércia” tão comummente atribuída às instituições europeias.
Sophie Wilmès manifestou preocupação com o crescimento da extrema-direita não apenas em Portugal como noutros países da Europa, argumentando que os liberais têm que se opor a todos os extremos. “Nós combatemos estes extremos porque acreditamos que as pessoas merecem um Presidente que realmente os ouve, a todos. Um Presidente que não evita tópicos difíceis, mas os enfrenta com coragem e eloquência”, defendeu.
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