BRANDS' TRABALHO O futuro do trabalho é flexibilidade e propósito
Sofia Valentim e Patrícia Espadaneira defendem que o futuro passa pelo modelo híbrido, pela confiança e, sobretudo, por lideranças presentes.
O teletrabalho deixou de ser uma exceção ao abrigo de períodos exigentes, como foi o da covid-19, para se tornar critério na escolha de um novo empregador. O estudo “Teletrabalho em Portugal – desafios e oportunidades do futuro”, da Gi Group Holding, mostra que quase 22% dos trabalhadores estão em teletrabalho e perto de 42% em regime híbrido, com idas ao escritório em média três dias por semana. Entre quem recruta, a mensagem é clara. “Acaba por ser em muitos cenários a condição sine qua non”, sublinha Sofia Valentim, senior manager na Wyser, lembrando que os candidatos já contam com esta possibilidade quando procuram um novo desafio.
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Patrícia Espadaneira, Iberia HR Managing Director na Finsolutia, e Sofia Valentim, Senior Manager na Wyser, no episódio de hoje do podcast WorkAround -
Sofia Valentim, Senior Manager na Wyser -
Patrícia Espadaneira, Iberia HR Managing Director na Finsolutia -
Sofia Valentim, Senior Manager na Wyser -
Patrícia Espadaneira, Iberia HR Managing Director na Finsolutia
Mas nem todas as funções o permitem e nem todas as empresas o gerem da mesma forma, garantiu-se no quinto episódio do podcast Work Around, do ECO com apoio da Gi Group Holding. Na Finsolutia, Patrícia Espadaneira, diretora de Pessoas e Cultura, explica que a opção foi por um modelo híbrido com cinco dias de teletrabalho por mês. “Privilegiamos muito o trabalho presencial e a partilha. Para nós é super importante existirem estes momentos e consideramos que faz toda a diferença no dia a dia e na produtividade”, partilha.
Na Finsolutia, o foco está em criar uma experiência de trabalho positiva e equilibrada para que “as pessoas sintam que vale a pena vir ao escritório” e que lá encontrem “um ambiente agradável e oportunidades de partilha e colaboração”, defende Patrícia Espadaneira, diretora de Pessoas e Cultura
Os dados do estudo revelam, porém, receios sobre este modelo: 69% dos líderes consideram que o teletrabalho fragiliza a cultura organizacional e 76% referem dificuldades em integrar novos talentos à distância. A resposta, defendem as convidadas, passa por transformar o escritório num espaço com propósito e por reforçar a proximidade. Na Finsolutia, o foco está em criar uma experiência de trabalho positiva e equilibrada para que “as pessoas sintam que vale a pena vir ao escritório” e que lá encontrem “um ambiente agradável e oportunidades de partilha e colaboração”. É, aliás, deste contacto próximo entre colaboradores que surge a inovação, um dos motivos que levou a empresa a definir uma política híbrida que dá a todos cinco dias por mês em teletrabalho, explica Patrícia Espadaneira. A diretora de Pessoas e Cultura sublinha ainda que o modelo híbrido “assenta muito na confiança e na responsabilidade de cada um”, permitindo maior autonomia sem perder a ligação à equipa. “Acreditamos que é essa flexibilidade que faz com que as pessoas estejam mais motivadas e mais produtivas”, aponta.
O sucesso do modelo remoto exige “uma cultura orientada para a confiança e para o trabalho de resultados, e não tanto para o tempo que a pessoa demora a fazer a tarefa”, defende Sofia Valentim, senior manager na Wyser
Também a saúde mental está no centro da equação, com Patrícia Espadaneira a lembrar que o isolamento vivido na pandemia expôs riscos de burnout e solidão, e reforça a importância de estabelecer limites claros, como evitar reuniões ao final do dia. Já Sofia Valentim destaca que o sucesso do modelo remoto exige “uma cultura orientada para a confiança e para o trabalho de resultados, e não tanto para o tempo que a pessoa demora a fazer a tarefa”, apoiada em rotinas de feedback e momentos regulares de contacto.
O consenso é mesmo de que o híbrido veio para ficar, ainda que a sua implementação varie consoante a realidade de cada setor e organização. Empresas que tentaram regressar ao “velho normal” confrontam-se com uma nova realidade, em que a flexibilidade é fator crítico de atração e retenção de talento, mas também uma forma de alargar localizações e perfis. O desafio agora está nas lideranças, que têm de planear o que se faz em casa e no escritório, garantir comunicação clara, cultivar equipas diversas e preparadas para um modelo em que o local interessa menos do que o impacto do trabalho.
Assista, no vídeo abaixo, ao episódio completo do podcast Work Around, uma parceria do ECO com o Gi Group Holding. Se preferir, ouça a versão podcast no Spotify e na Apple Podcasts.
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