Moody’s deixa inalterado rating de Portugal
A Moody's foi a única das principais agências de rating a não subir a notação da dívida soberana este ano. Agência antecipa um "ligeiro agravamento" dos juros da dívida em 2025-2026.
A agência norte-americana Moody’s decidiu, esta sexta-feira, manter o rating de Portugal em ‘A3’, com perspetiva “estável”. Das quatro principais agências de rating foi a única que não reviu em alta a notação da dívida portuguesa em 2025 – já em maio tinha optado por manter a avaliação.
A travar uma subida do rating do país está uma “dívida pública relativamente elevada”, explica a Moody’s em comunicado. Ainda que projete que o rácio da dívida desça para 89% do PIB no próximo ano, a agência acredita num “ligeiro agravamento” dos juros em 2025-2026, acima da mediana de outros países que também tem uma classificação ‘A3’.
A pesar vai estar a pressão sobre a rubrica da despesa – desde os salários da Função Pública até aos novos gastos com a defesa – e também um “cenário político mais fragmentado”, que pode reduzir a “eficácia das políticas a médio prazo”. Outros riscos para a economia incluem as tensões geopolíticas, em particular a política tarifária dos EUA.
Ainda assim, “o rácio dívida pública de Portugal desceu mais de 40 pontos percentuais entre 2020 e 2024, a terceira maior redução entre as economias avançadas por nós avaliadas, e prevê-se que continue a diminuir, embora a um ritmo mais moderado”, indica, na nota.
No outro lado da balança, a economia portuguesa deve manter um “crescimento robusto”, indica a Moody’s. Até 2027, prevê um aumento do PIB na ordem dos 2%, à boleia da “procura interna e dos fundos europeus”. No final desta década, antecipa uma desaceleração para 1% uma vez que a imigração só “vai compensar parcial o impacto negativo” da demografia no país.
Com esta decisão terminam as avaliações à dívida soberana programadas pelas principais agências de rating para 2025. Um ano, que em balanço, foi positivo para a economia portuguesa e consolidou a nota ‘A’ do país nos mercados internacionais. A Fitch, já em setembro, reviu em alta a notação do país de ‘A-‘ para ‘A’, depois de não mexer no rating em março.
A canadiana DBRS optou, logo em janeiro, por subir a nota de Portugal para ‘A elevado’, com outlook estável, e deixou inalterada esta notação em julho. E a Standard & Poor’s (S&P) decidiu subir, duas vezes, o rating este ano: primeiro em fevereiro, de ‘A-‘ para ‘A’, e depois para ‘A+’ no fim de agosto.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Moody’s deixa inalterado rating de Portugal
{{ noCommentsLabel }}