Mutualista nega pagamento de defesa de Tomás Correia

  • Lusa
  • 16 Novembro 2025

O presidente da mutualista Montepio e candidato nas eleições de dezembro, Virgílio Lima, considera os salários dos administradores ajustados e recusa comentar a acusação a Tomás Correia.

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  • Virgílio Lima, presidente da mutualista Montepio e candidato nas eleições de dezembro, defende que os salários dos administradores estão ajustados e recusa comentar as acusações contra Tomás Correia, ex-presidente da instituição, por crimes financeiros.
  • O Ministério Público acusa Tomás Correia de abuso de confiança e branqueamento de capitais, relacionados a um negócio de 2013 que causou prejuízos superiores a 30 milhões de euros ao grupo Montepio e ao Finibanco Angola.
  • Nas eleições para os órgãos associativos (de 19 de dezembro), Virgílio Lima encabeça a lista A como candidato a presidente do Conselho de Administração (cargo que já ocupa desde 2019, quando sucedeu a Tomás Correia.
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O presidente da mutualista Montepio e candidato nas eleições de dezembro, Virgílio Lima, considera os salários dos administradores ajustados e recusa comentar a acusação a Tomás Correia, negando que a mutualista assuma custos da sua defesa.

No fim de outubro, o jornal Observador noticiou que Tomás Correia (presidente do Montepio durante 11 anos) foi acusado pelo Ministério Público dos crimes de abuso de confiança e branqueamento de capitais. Em causa está um negócio realizado em 2013 entre o Finibanco Angola e uma empresa imobiliária que terá causado prejuízos de mais de 30 milhões de euros ao grupo Montepio Geral e ao Finibanco Angola.

À Lusa, Virgílio Lima disse que não se tem pronunciado sobre o tema e que, na entrevista, também não o faria pois são questões do foro judicial. E, questionado sobre se a mutualista tem estado a revisitar atos de gestão passados, para avaliar se a gestão de Tomás Correia lesou o grupo, Virgílio Lima voltou a dizer que não comenta o tema.

Já confrontado sobre se a mutualista assume custos da defesa (ou parte da defesa) de Tomás Correia – diretamente ou através de seguro (é comum administradores e diretores terem seguro que os protege de queixas por atos de gestão) – Virgílio Lima negou que a mutualista assuma esses custos, mas sem dar mais detalhes. “Na associação, não“, disse apenas.

O gestor escusou-se ainda a comentar se a mutualista admite expulsar Tomás Correia caso venha a ser condenado com trânsito em julgado. “É matéria que corre nos fóruns próprios. Não gostaria de me pronunciar, como disse, não é a matéria que tenhamos comentado“, afirmou.

O senhor padre Vítor Milícias é um homem de bem, um homem do mutualismo, que muito contribuiu para o desenvolvimento do mutualismo quando foi presidente e mesmo depois em diferentes funções, em vários órgãos (…). Agora é uma mais-valia extraordinária poder estar na assembleia de representantes, em conjunto com todos os outros membros, a discutir o mutualismo.

Vírgilio Lima

Nas eleições para os órgãos associativos (de 19 de dezembro), Virgílio Lima encabeça a lista A como candidato a presidente do Conselho de Administração (cargo que já ocupa desde 2019, quando sucedeu a Tomás Correia, que saiu envolto em polémica e face a investigações a atos de gestão seus pelos supervisores).

A lista A propõe manter Maria de Belém Roseira (ex-ministra do PS) como presidente da mesa da assembleia-geral e Victor Franco como presidente do Conselho Fiscal.

Na assembleia de representantes, o primeiro nome proposto é Vítor Melícias, que a oposição critica por no passado ter sido muito próximo de Tomás Correia, incluindo nas suas intervenções enquanto presidente da mesa da assembleia-geral.

Questionado sobre se a lista deveria repensar a candidatura de Vítor Melícias, Virgílio Lima considerou-o um “homem de bem” a quem deve muito o mutualismo e o Montepio e ainda uma mais-valia para a assembleia de representantes. “O senhor padre Vítor Milícias é um homem de bem, um homem do mutualismo, que muito contribuiu para o desenvolvimento do mutualismo quando foi presidente e mesmo depois em diferentes funções, em vários órgãos (…). Agora é uma mais-valia extraordinária poder estar na assembleia de representantes, em conjunto com todos os outros membros, a discutir o mutualismo“, disse.

Já sobre a reivindicação da oposição de cortes nos salários dos administradores da mutualista, Virgílio Lima disse que as remunerações são definidas por uma comissão independente e considerou que estão alinhados com os valores praticados pelo mercado. “Se temos as exigências de gestão de qualquer banco ou de qualquer seguradora temos que ter os gestores que tenham também as mesmas condições dos gestores que operam nas entidades concorrentes, se queremos ter essa qualidade“, disse.

Segundo Virgílio, o topo do grupo Montepio além de ter as mesmas exigências de empresas ainda tem uma “complexidade adicional” pela sua “natureza especial”. “Portanto, as pessoas não podem ser remuneradas de forma diferente dos seus concorrentes, dos gestores de outras entidades, se queremos ter qualidade efetiva na gestão“, afirmou.

O presidente da mutualista Montepio tem um salário mensal de cerca de 30 mil euros (brutos), acrescido de benefícios (carro de serviço, fundo de pensões, etc.). Os outros administradores ganham cerca de 20 mil euros (brutos), além dos respetivos benefícios.

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