Presidente do Eurogrupo demite-se para ser diretor executivo do Banco Mundial
Donohoe viu renovado o mandato à frente do Eurogrupo em julho, mas abandona o cargo -- e de ministro das Finanças da Irlanda -- para voar até Washington. Ministro cipriota assume função interinamente
O ministro das Finanças irlandês e presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, apresentou esta terça-feira a demissão de ambos os cargos para abraçar o desafio de se tornar diretor executivo do Banco Mundial. O ministro das Finanças de Chipre, Makis Keravnos, assume a presidência interina do grupo informal dos ministros do euro.
“Assumirei o cargo de diretor executivo e diretor de conhecimento do grupo Banco Mundial, com sede em Washington. Apresento hoje [terça-feira] a minha demissão do cargo de presidente do Eurogrupo e de ministro das Finanças da Irlanda”, informou Donohoe em comunicado.
O irlandês que sucedeu ao antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, à frente do Eurogrupo em julho de 2020 e foi reeleito para um segundo mandato em dezembro de 2022, havia sido confirmado para um terceiro mandato em julho deste ano depois de outros dois concorrentes — os ministros da Economia, Comércio e Empresas de Espanha, Carlos Cuerpo, e o ministro das Finanças da Lituânia, Rimantas Sadzius — terem retirado a sua candidatura.
No entanto, justifica que “responder às necessidades dos mais vulneráveis e enfrentar os desafios globais do nosso tempo nunca foi tão importante”. “A missão do Banco Mundial é «acabar com a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade partilhada em um planeta habitável». Desempenha um papel de liderança no mundo através do desenvolvimento de políticas e apoios financeiros que aumentam a resiliência económica e o crescimento para tantas pessoas”, refere o comunicado.
“Quero defender esse trabalho. Este cargo é uma oportunidade para fazê-lo e continuar servindo ao público, de uma maneira diferente. Foi um privilégio servir como presidente e membro do Eurogrupo; dei o meu melhor todos os dias. Quero fazer o mesmo no trabalho da instituição globalmente à qual agora me juntarei“, acrescenta ainda.
O Eurogrupo informa que irá eleger um novo presidente “o mais brevemente possível”. Até lá, será o ministro cipriota das Finanças, Makis Keravnos, que vai liderar o grupo interinamente, uma vez que será este o país a presidir o próximo Conselho da União Europeia, já que a atual líder Dinamarca não é membro do euro.
Qualquer ministro ou ministra das Finanças de um Estado-membro da Zona Euro pode ser eleito presidente do Eurogrupo para o mandato de dois anos e meio, devendo ser membro efetivo do grupo no momento da eleição. Para isso, irá precisar de uma maioria simples numa corrida que tem tradicionalmente vários candidatos.
Paschal Donohoe sucedeu na liderança do grupo a Mário Centeno, que na época venceu a corrida à presidência à segunda volta de votações. Na primeira ronda de votações nenhum ministro conseguiu um mínimo de dez votos, tendo a ministra da Letónia desistido. Peter Kazimir, da Eslováquia, desistiu pouco depois.
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