BRANDS' ECO Test Beds: Quando os hospitais se tornam laboratórios de ideias

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  • 18 Novembro 2025

Hospitais que adotam test beds registam frequentemente melhorias concretas: internamentos mais curtos, menos erros, equipas mais motivadas.

Numa era em que os avanços médicos parecem correr lado a lado com os saltos tecnológicos, os hospitais deixaram de ser apenas locais de cura — estão a transformar-se em centros de inovação. A contribuir para esta mudança está o conceito de test beds, ambientes reais onde novas ideias, tecnologias e processos são testados com o objetivo de melhorar os cuidados de saúde. Longe de ser uma moda passageira, a inovação através de test beds é essencial para acelerar a adoção de soluções eficazes em sistemas de saúde modernos que enfrentam desafios como a escassez de recursos, o envelhecimento da população e a crescente procura por uma medicina mais preventiva e personalizada.

Mas o que são, afinal, as test beds? Pense nelas como laboratórios vivos dentro dos hospitais. Por um lado, permitem que startups testem e desenvolvam os seus produtos de forma segura e eficaz, evitando sucumbir ao chamado “vale da morte”. Por outro lado, dão aos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde a oportunidade de experimentar ferramentas de vanguarda num ambiente controlado, mas realista. As test beds fazem a ponte entre a invenção e a implementação, garantindo que inovações promissoras não fiquem eternamente em desenvolvimento, mas cheguem mais rapidamente à prática clínica.

A importância desta abordagem é inegável. Os hospitais enfrentam uma pressão constante para ver mais doentes, alcançar melhores resultados, mas com recursos limitados. Acresce que o erro médico continua a ser uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos. O desenvolvimento de plataformas e sistemas que aumentem a capacidade e eficiência dos hospitais de forma segura é, assim, essencial. Um bom exemplo é o de um sistema de Inteligência Artificial (IA) que analise exames com uma precisão milimétrica, detetando o que o olho humano pode não ver e a um custo substancialmente inferior. Da mesma forma, plataformas de telemedicina desenvolvidas e testadas em contexto hospitalar, que permitam um acompanhamento mais frequente dos doentes, não só ajudam a reduzir desigualdades na saúde como promovem melhores resultados clínicos.

Mas a inovação não se resume à tecnologia. As test beds promovem uma cultura de criatividade e colaboração. Quando profissionais da linha da frente colaboram com engenheiros e cientistas de dados, cria-se um ciclo de feedback contínuo que refina soluções para responder a necessidades reais. Um enfermeiro pode sugerir ajustes na interface de um dispositivo para o tornar mais intuitivo em plena mudança de turno, enquanto o comentário de um doente pode inspirar um redesenho centrado no conforto. Isto não é inovação por inovação — é inovação com propósito.

Francisca Leite | Diretora Executiva | Hospital da Luz Learning Health

E os resultados são visíveis. Hospitais que adotam test beds registam frequentemente melhorias concretas: internamentos mais curtos, menos erros, equipas mais motivadas. No Reino Unido, por exemplo, o NHS tem sido pioneiro em programas de test beds, tendo integrado ferramentas digitais que ajudaram a reduzir tempos de espera e a poupar milhões de libras. Do outro lado do Atlântico, instituições como a Mayo Clinic aplicaram abordagens semelhantes para implementar procedimentos assistidos por robôs, estabelecendo novos padrões de precisão cirúrgica.

Também em Portugal há exemplos relevantes. O Hospital da Luz, único hospital português incluído na lista dos 50 melhores da Europa, criou a test bed “Intelligent Health Plataform” (IHP), que tem apoiado várias startups nacionais e internacionais no seu percurso de desenvolvimento, validação e crescimento. A test bed do Hospital da Luz assenta em três pilares:

  • O In silico lab, onde startups podem desenvolver e testar algoritmos com base em dados de saúde anonimizados;
  • O Simulation lab, que recria ambientes hospitalares para testes seguros de soluções e dispositivos médicos;
  • O Living lab, onde se realizam estudos clínicos que produzem evidência científica, apoiando a certificação de dispositivos médicos e a publicação dos resultados.

A equipa do IHP é composta por especialistas em áreas como ciência de dados, Inteligência Artificial, engenharia de fatores humanos, simulação e investigação clínica. Temos apoiado várias startups a evoluir no seu nível de maturidade tecnológica (Technology Readiness Level, TRL), preparando-as para ganhar tração no mercado de forma mais rápida e sustentada.

Mas nem tudo é um mar de rosas. Escalar estas inovações para além da fase de test bed exige investimento, formação e, acima de tudo, vontade de mudar — nada disto é simples. Os céticos podem argumentar que os hospitais deveriam focar-se em resolver os problemas existentes em vez de correr atrás de “brinquedos novos e brilhantes”. Mas isto é perder o essencial: as test beds não substituem o básico; melhoram-no. E um sistema mais inteligente não afasta o toque humano — amplifica-o.

Olhando para o futuro, os riscos são elevados. Com a possibilidade de novas crises de saúde globais e com gerações mais doentes do que as anteriores, os hospitais têm de evoluir ou correm o risco de colapsar. A inovação apoiada por test beds oferece um plano para essa evolução, transformando as experiências de hoje nos padrões de amanhã. Para os doentes, isto traduz-se em cuidados mais eficazes. Para a sociedade, um futuro mais saudável e resiliente. A questão não é se os hospitais se podem dar ao luxo de inovar — é se se podem dar ao luxo de não o fazer.

Francisca Leite | Diretora Executiva | Hospital da Luz Learning Health

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