Verão leva lucros da TAP para 55,2 milhões até setembro, mas rentabilidade encolhe

Resultado líquido fica 34% aquém do conseguido no ano passado. Aumento de passageiros no verão e forte crescimento do negócio de manutenção ajudaram contas no terceiro trimestre.

ECO Fast
  • A TAP registou um lucro de 125,9 milhões de euros no terceiro trimestre, um aumento de 15% em relação ao ano anterior e permitindo a recuperação de prejuízos acumulados no primeiro semestre.
  • As receitas operacionais da companhia totalizaram 3.281 milhões de euros nos primeiros nove meses, valor idêntico ao de 2024, enquanto os gastos operacionais aumentaram 4,2%.
  • Para o quarto trimestre, a TAP mantém uma perspetiva otimista com reservas robustas, embora antecipe uma continuação do impacto da pressão concorrencial nos preços das passagens.
Pontos-chave gerados por IA, com edição jornalística.

O verão voltou a ser auspicioso para os resultados da TAP, que conseguiu um lucro de 125,9 milhões no terceiro trimestre, mais 15% do que no mesmo período do ano anterior. Um desempenho que permitiu converter os prejuízos de 70 milhões no primeiro semestre num lucro de 55,2 milhões até setembro, ainda assim 30 milhões abaixo de 2024.

O resultado líquido entre julho e setembro beneficiou da redução dos juros suportados, de diferenças cambiais positivas de 8,5 milhões — que contrastam com o impacto negativo de 17,5 milhões em 2024 — e de uma ligeira redução nos impostos pagos.

A TAP fechou os primeiros nove meses do ano com receitas de 3.281 milhões de euros, praticamente idênticas às do mesmo período do ano passado. O terceiro trimestre, o mais forte da companhia, terminou com um crescimento de 2,7%.

O resultado operacional recorrente foi de 227,2 milhões nos primeiros nove meses, menos 32,7% que no período homólogo, com a margem de rentabilidade a baixar de 10,3% para 6,9%. Olhando apenas para o terceiro trimestre, o resultado operacional foi de 122,9 milhões, mais 0,9% do que entre julho e setembro de 2024. A margem atingiu uns robustos 15%.

A companhia aérea afirma que, em 2025, “operou um dos verões mais movimentados, com aumento da capacidade (+4%), mais passageiros transportados (+4%) e mais voos operados (+1%) face ao verão de 2024”.

“A TAP apresentou uma performance sólida no terceiro trimestre, com um aumento de receitas, impulsionadas por um contributo significativo da Manutenção, resultados operacionais sólidos e um resultado líquido positivo que compensou integralmente as perdas do primeiro semestre, dando assim continuidade ao desempenho do segundo trimestre”, afirma o CEO, Luís Rodrigues, citado em comunicado.

Apesar do verão movimentado, o CEO refere que “foi também um dos mais desafiantes, marcado por pressões concorrenciais persistentes e disrupções operacionais, desde greves, principalmente no handling, e constrangimentos no controlo de fronteiras nos aeroportos nacionais até restrições no espaço aéreo europeu e eventos meteorológicos adversos, que continuam a afetar a nossa operação, exigindo uma forte coordenação e resiliência das nossas equipas para mitigar impactos”.

Serviços de manutenção brilham

Numa análise mais fina à evolução das receitas, salta à vista o bom desempenho do segmento de manutenção, onde os rendimentos operacionais cresceram 64% para 79,6 milhões no terceiro trimestre. Até setembro foram 183,6 milhões, um crescimento de 11,3%.

No segmento de passageiros, o crescimento das receitas entre julho e setembro foi de apenas 0,5% para 1.187,5 milhões. Apesar do aumento do número de passageiros (4,2%) e da taxa de ocupação (1,7 pontos percentuais para 87,5%), os números foram impactados pela redução do preço médio das passagens nas rotas para a América do Norte, Brasil e Europa. África foi a exceção, com um aumento de 6% na receita por lugar-quilómetro. No conjunto dos primeiros nove meses as receitas operacionais foram de 3,281 milhões, praticamente idênticas (0,5%) às de 2024.

Os custos operacionais continuam em alta, crescendo 4,8% no terceiro trimestre para 1.116,2 milhões, impulsionado pelo aumento dos custos operacionais de tráfego, “devido a uma maior utilização de ACMI para mitigar problemas na cadeia de abastecimento que afetaram a disponibilidade da frota, e pela pressão inflacionista nos custos do setor”, explica a TAP. Os encargos com pessoal aumentaram 5,1% enquanto os com combustível caíram 7,8%. Entre janeiro e setembro, os custos operacionais aumentaram 1,3%.

Os meios libertos de exploração recorrentes (EBITDA) foram de 332,8 milhões no terceiro trimestre, menos 15,3 milhões que no mesmo período do ano passado, com uma margem de 25,1%. Nos primeiros nove meses cifrou-se em 592 milhões, menos 11% que no período homólogo.

O terceiro trimestre ficou também marcado por uma redução de 156 milhões na dívida líquida para 595,4 milhões. O rácio entre a dívida líquida e o EBITDA dos últimos 12 meses está em 2,5 vezes. O valor em caixa e equivalentes soma agora 1.025,6 milhões.

A TAP deixa perspetivas positivas para o quarto trimestre

A companhia aérea assinala no comunicado que as reservas para o quarto trimestre “mantêm-se robustas, ligeiramente acima do ano anterior, num contexto de aumento da capacidade e de uma clara tendência para janelas de reserva mais curtas”. Antecipa também que a pressão concorrencial se mantenha, continuando a condicionar a evolução das receitas unitárias.

“Apesar dos atrasos na entrega de aeronaves e em toda a cadeia de abastecimento, a estratégia de modernização da frota continua a avançar, com a entrega prevista de uma aeronave Airbus NEO até ao final do ano, contribuindo para uma operação mais eficiente e sustentável”, acrescenta ainda. No final de setembro, a TAP operava 99 aeronaves, o limite imposto pelo plano de reestruturação.

Assinalando que o processo de privatização deverá “prolongar-se por vários trimestres”, o CEO da companhia aérea afirma que o foco estratégico mantém-se em “transformar a TAP numa empresa sustentadamente rentável e atrativa, consolidando a eficiência operacional e a sustentabilidade financeira”.

(Notícia atualizada às 09h00)

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