Açores prometem “determinação” para manter Ryanair

  • Lusa
  • 25 Novembro 2025

A secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas açoriana diz que a região mantém "vias de diálogo abertas explorando todas as oportunidades".

O Governo dos Açores assegurou esta terça-feira que mantém a “mesma determinação e vontade” de que a Ryanair não abandone a região, reiterando que as “vias de diálogo estão abertas”, enquanto o PS criticou a “passividade” do executivo.

“Estamos perante uma situação recorrente e, tal como há dois anos, continuaremos com a mesma determinação e vontade em prosseguir a parceria entre os Açores e a Ryanair. Mantemos vias de diálogo abertas explorando todas as oportunidades ao nosso alcance”, afirmou a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral. A governante falava na discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2026, que está a decorrer esta semana na Assembleia Regional, na Horta.

A Ryanair anunciou na quinta-feira que irá cancelar todos os voos de e para os Açores a partir de 29 de março de 2026, justificando a decisão com “taxas elevadas” e acusando o Governo português de “inação”, após um aumento de 120% nas taxas de navegação aérea e a introdução de uma taxa de viagem de dois euros.

Esta terça, a titular da pasta do Turismo e Mobilidade garantiu que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) mantém as “vias de diálogo”, mas destacou a relevância do destino turístico, adiantando que a região “acabou de obter a certificação nivel II Ouro” de sustentabilidade atribuído pela EarthCheck.

O comunicado recente da Ryanair coloca-nos perante novas problemáticas, mas não desvirtua o essencial: a excelência do nosso destino e a qualidade do nosso produto”, declarou Berta Cabral. No debate, o PS/Açores criticou a falta de estratégia para o Turismo, considerando que se o Governo Regional “no Verão anuncia rotas, no Inverno anuncia desculpas”.

“Como pretendem melhorar as acessibilidades aéreas se denunciam uma passividade, tranquilidade e inação total perante a notícia de abandono da Ryanair, que representa um retrocesso atroz na mobilidade dos açorianos e um duro golpe para o setor turístico?”, atirou a socialista Marlene Damião.

Já o PSD, pelo deputado Rúben Cabral, defendeu que a Ryanair é um “grande promotor do destino” Açores, alertando para a necessidade de manter a companhia a voar para a região. “Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para continuar a contar com Ryanair, como com todas as companhias áreas que voam para os Açores”, reforçou.

Por sua vez, Pedro Neves, do PAN, considerou que os Açores não podem ser “subservientes” à Ryanair, ao afirmar que “basta de companhias que andam a brincar com a região”. A 20 de novembro, o Governo da República manifestou “surpresa” com argumentos da Ryanair sobre fim da operação nos Açores, lembrando que a taxa desta rota é a mais baixa da Europa e que a companhia recebeu dezenas de milhões de euros em incentivos.

Já a ANA – Aeroportos de Portugal disse que o anúncio da Ryanair é uma “surpresa”, revelando que “as recentes conversas” estavam “orientadas no sentido de aumentar, e não reduzir” a oferta.

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