Excedente da UE com os Estados Unidos cai quase 50% face ao início do ano

No terceiro trimestre, o excedente de 40,8 mil milhões entre a União Europeia os EUA foi 13,3% inferior ao do trimestre anterior e ficou 49,7% abaixo do registado nos primeiros três meses do ano.

O excedente comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos (EUA) tem estado em queda este ano devido ao contexto protecionista da Administração Trump. No terceiro trimestre, a UE teve um saldo positivo de 40,8 mil milhões de euros com a maior economia do mundo, mas o excedente caiu a dois dígitos quer em relação ao segundo trimestre quer aos primeiros três meses do ano.

A diminuição foi de 13,3% em relação ao excedente de 47,1 mil milhões de euros registado no segundo trimestre e de 49,7% em comparação com o excedente comercial de 81,2 mil milhões de euros entre janeiro e março de 2025, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Eurostat.

Em causa está o facto de o arranque deste ano ter ficado marcado pelo anúncio das tarifas, que acabaram por elevar “acentuadamente” as exportações, como denota o organismo de estatísticas da UE. As empresas europeias tentaram precaver-se às taxas alfandegárias antecipando encomendas que tinham previsto. Isso foi especialmente notório nos produtos químicos, cujo pico foi de 54,1 mil milhões de euros.

No caso do terceiro trimestre, o excedente comercial — embora abaixo do início de 2025 — observou-se nos produtos químicos e afins, máquinas e veículos, outros bens industriais e alimentos e bebidas. Por outro lado, houve défices nos setores da energia, matérias-primas e outros bens. A partir daí, o excedente comercial de produtos químicos e afins diminuiu também no segundo e terceiro trimestres: 24,7 mil milhões de euros e 23 mil milhões de euros, respetivamente.

Desde o primeiro trimestre de 2021, as compras da UE aos Estados Unidos seguiram um padrão semelhante ao das importações europeias provenientes de outras partes do mundo até ao segundo trimestre de 2022.

“No entanto, no rescaldo da invasão da Rússia contra a Ucrânia, a UE aumentou as importações de produtos energéticos provenientes dos Estados Unidos. Como resultado, as importações dos Estados Unidos cresceram mais do que as do resto do mundo e permaneceram num nível comparativamente mais elevado”, explica o Eurostat.

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