Crédito à habitação acelera em outubro para o ritmo mais elevado desde 2008
Bancos residentes emprestaram 993 milhões de euros para a compra de casa só no mês de outubro, mais 9,4% do que no mês homólogo. Não se registava uma taxa anual tão elevada desde a crise financeira.
O crédito a habitação voltou a registar uma aceleração histórica em outubro. Nesse mês, os bancos residentes emprestaram quase mil milhões de euros para a compra de casa e a taxa acelerou pelo 22.º mês consecutivo, atingindo o ritmo mais elevado desde a crise financeira do subprime.
As últimas estatísticas do Banco de Portugal, divulgadas esta quinta-feira, não deixam margem para dúvidas sobre o momento que se vive neste setor. Para começar, os 993 milhões de euros atribuídos em crédito à habitação em outubro representam um crescimento de 9,4% face ao mesmo mês do ano passado.
Adicionalmente, segundo a série consultada pelo ECO, a última vez que se verificou um ritmo de crescimento homólogo tão elevado foi em fevereiro de 2008 — há 17 anos e oito meses –, em plena crise financeira, quando a taxa homóloga registada tinha sido de 9,8% (ver gráfico abaixo).
Taxa de variação homóloga mensal dos empréstimos para a compra de habitação:

Outro indicador adicional: a taxa de crescimento registada em outubro voltou a acelerar pelo 22.º mês consecutivo, sublinha o Banco de Portugal. Mantém-se, assim, a tendência que se iniciou em janeiro de 2024 — ou seja, os bancos têm vindo a desembolsar constantemente mais para os portugueses comprarem habitação, reflexo não só da maior procura como dos preços cada vez mais altos dos apartamentos e moradias.
Stock de crédito à habitação em máximos de 2013
Feitas as contas, no total, o stock de empréstimos para compra de habitação totalizava 109,1 mil milhões de euros no final de outubro, de acordo com o Banco de Portugal. Não é o mais alto de sempre, mas representa, contudo, o montante mais elevado desde meados de 2013.
Alargando a análise a todas as finalidades, os bancos tinham um stock de crédito a particulares de quase 142,5 mil milhões de euros em outubro, mais 9% do que no mês homólogo de 2024. Nesse mês, os bancos concederam aos particulares 1,16 mil milhões de euros em crédito.
Quanto aos empréstimos para consumo e outros fins, foram concedidos 166 milhões de euros pelos bancos residentes, elevando o total para 33,4 mil milhões. A variação anual em outubro foi de 7,9%, indicou o supervisor liderado por Álvaro Santos Pereira.
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