Galp escolhe Total para parceira na exploração de petróleo na Namíbia

A TotalEnergies foi a parceira escolhida pela Galp para a exploração de petróleo no complexo de Mopane, na Namíbia, num acordo que prevê a troca de participações na região.

A TotalEnergies foi a parceira escolhida pela Galp para a exploração de petróleo no complexo de Mopane, na Namíbia. Empresa francesa ficará com 40% e suporta metade dos custos de investimento para exploração. Acordo prevê também troca de participações noutras descobertas da TotalEnergies na região.

“A Galp escolheu a francesa TotalEnergies como sua parceira para operar e desenvolver conjuntamente a descoberta de Mopane através de uma troca de ativos em que a Galp cederá metade da sua participação de 80% na PEL [licença de exploração] 83, onde se situa Mopane, em troca de participações noutras descobertas da TotalEnergies na região, expandindo a sua presença na bacia offshore Orange, na Namíbia”, informa a Galp em comunicado.

A Galp receberá em troca uma participação de 10% na licença 56, onde se encontra a descoberta Venus, e de 9,4% na licença 91, ambas operadas pela TotalEnergies.

A petrolífera francesa assume metade dos custos de exploração, avaliação e desenvolvimento da Galp em Mopane, que serão pagos mais tarde à TotalEnergies com 50% dos cash flows futuros gerados pelo projeto.

"Estamos felizes por estabelecer uma parceria com a TotalEnergies, uma operadora altamente experiente em águas ultraprofundas, e reduzir significativamente os riscos do Mopane, alinhando um caminho concreto para o futuro do ativo.”

Paula Amorim

Chairman da Galp

“Após os notáveis esforços exploratórios da Galp na Namíbia, liderando a PEL 83 com uma participação de 80%, estamos felizes por estabelecer uma parceria com a TotalEnergies, uma operadora altamente experiente em águas ultraprofundas, e reduzir significativamente os riscos do Mopane, alinhando um caminho concreto para o futuro do ativo”, afirma Paula Amorim, presidente do conselho de administração da Galp, citada em comunicado.

“Expandimos a nossa presença na prolífica bacia Orange da Namíbia, reforçando o nosso compromisso com o desenvolvimento da indústria petrolífera e de gás do país, ao mesmo tempo que fortalecemos o nosso portfólio de upstream com projetos de elevado potencial, como o Venus, que irá apoiar ainda mais o perfil de crescimento contínuo da Galp”, acrescenta a chairman da Galp.

"Trata-se de um forte reconhecimento das competências das equipas da TotalEnergies na exploração e em operações em águas profundas. Esta transação demonstra igualmente a grande confiança da TotalEnergies na Namíbia enquanto futuro país produtor de petróleo.”

Patrick Pouyanné

Chairman e CEO da TotalEnergies

As ações da Galp GALP 2,40% reagiram em forte queda ao anúncio do acordo, tendo chegado a desvalorizar 15% na sessão desta terça-feira. Já os títulos da TotalEnergies seguem inalterados nos 56,33 euros.

A petrolífera francesa também já reagiu ao negócio, considerando que o acordo a posiciona como operadora das duas maiores descobertas de petróleo na Namíbia e abre caminho ao desenvolvimento de um importante polo de produção.

“Trata-se de um forte reconhecimento das competências das equipas da TotalEnergies na exploração e em operações em águas profundas. Esta transação demonstra igualmente a grande confiança da TotalEnergies na Namíbia enquanto futuro país produtor de petróleo”, afirma Patrick Pouyanné, chairman e CEO da TotalEnergies, também em comunicado.

Mapa da exploração offshore na Namíbia.

Após a conclusão da transação, o consórcio para a exploração no complexo de Mopane será detido em 40% pela Galp, 40% pela TotalEnergies, 10% pela Namcor e 10% pela Custos.

No complexo Vénus, a Galp ficará com 10% do consórcio para a PEL56, com a TotalEnergies (40%, operador), Namcor (10%) e a Custos (10%), e com 9,39% do PEL91, com a TotalEnergies (33.085%, operador), QatarEnergy (33.025%), Namcor (15%) e Impact (9.5%).

Para este último complexo, a TotalEnergies está “a trabalhar num conceito de desenvolvimento que inclui uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) de 160 kbpd, com uma decisão final de investimento prevista para 2026“, indica a Galp.

A petrolífera anunciou em abril de 2024 que o campo de Mopane poderá conter o equivalente a pelo menos 10 mil milhões de barris de petróleo e gás, numa das mais significativas descobertas para a Galp. Ainda nesse mês, o então CEO, Filipe Silva, confirmou que metade da participação de 80% seria vendida a um parceiro.

Além da TotalEnergies, também estava na corrida a americana Chevron, que tem participações em campos de petróleo na bacia de Orange. Shell e Petrobras eram outros possíveis candidatos.

(notícia com última atualização às 10h20)

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