Bruxelas quer interligações ibéricas e corredor de hidrogénio de Portugal à Alemanha

  • Lusa
  • 12:15

Os projetos que a UE quer apoiar "foram selecionados com base na sua importância estratégica para a conclusão da União da Energia".

A Comissão Europeia escolheu, como futuras ‘Autoestradas da energia’ que contarão com apoio da União Europeia (UE), interligações elétricas dos Pirenéus com a Península Ibérica e um corredor de hidrogénio de Portugal à Alemanha.

A iniciativa ‘Autoestradas da Energia’ abordará oito estrangulamentos fundamentais em toda a Europa, que representam as necessidades mais urgentes em matéria de infraestruturas energéticas“, anuncia o executivo comunitário em comunicado.

Em causa estão, desde logo, projetos como interligações elétricas através dos Pirenéus para uma melhor integração da Península Ibérica, bem como corredor de hidrogénio do sudoeste, que ligará Portugal à Alemanha.

A iniciativa “responde às necessidades mais urgentes em matéria de infraestruturas, que exigem apoio adicional a curto prazo e um compromisso para a sua implementação”, pelo que os projetos “foram selecionados com base na sua importância estratégica para a conclusão da União da Energia e no nível de apoio político da UE necessário para a sua implementação bem-sucedida”, explica a instituição na nota.

“Cada projeto será priorizado ao nível da UE e a Comissão apoiará os Estados-membros para que lhes atribuam a mesma prioridade ao nível nacional“, garante ainda.

Na semana passada, a instituição escolheu dois corredores de eletricidade e de hidrogénio que abrangem Portugal como projetos de interesse comum e mútuo para receber apoio da UE.

Estão em causa um projeto relativo à interligação elétrica entre Portugal e Espanha (passando por Ponte de Lima, Vila Nova de Famalicão, Beariz e Fontefría) e um outro de interconexão de hidrogénio entre Portugal, Espanha, França e Alemanha (nomeadamente uma infraestrutura interna de hidrogénio em Portugal e um interconetor de hidrogénio entre Portugal e Espanha e outras ligações).

Questionado pela Lusa em conferência de imprensa em Bruxelas, o comissário europeu da Energia, Dan Jørgensen, escusou-se a apontar prazos para a concretização destes dois projetos, mas garantiu que “o trabalho não começa hoje” e que a instituição está “em diálogo com os governos envolvidos em todos esses projetos”.

“O cronograma é diferente de projeto para projeto, assim como os desafios“, disse apenas.

Já quando questionado sobre o apagão ocorrido em abril passado, Dan Jørgensen destacou a “grande solidariedade demonstrada para com Espanha e Portugal”.

“Se, no futuro, quisermos manter a nossa segurança energética e evitar apagões, a resposta é mais ligações e estes oito projetos são definitivamente um grande passo na direção certa”, adiantou.

A Comissão Europeia partilha a opinião de Portugal sobre a necessidade de construir mais interconexões energéticas na UE, nomeadamente entre a Península Ibérica e o resto do bloco, estando a tentar dialogar com França.

O apagão na Península Ibérica de abril passado mostrou a importância de aumentar a resiliência da rede energética da UE, numa altura em que o território ibérico tem uma conectividade abaixo dos 3% com o resto da União.

O Governo português tem vindo a defender um aumento da interligação energética de Portugal com o resto da UE para 15% até 2030, através da construção de mais interligações. A UE estabeleceu precisamente um objetivo de interconexão de, pelo menos, 15% até 2030.

O reforço das interligações energéticas entre Portugal e Espanha e a UE tem vindo a ser discutido há vários anos, mas devido ao ceticismo de França isso nunca avançou totalmente, apesar de ser importante para aumentar a segurança energética, reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, diminuir os custos e facilitar a transição para as energias renováveis.

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