Exclusivo Digi, a nova operadora em Portugal, quer ter fibra além de 5G
Romenos da Digi iniciam construção da rede móvel em junho, mas também planeiam oferecer serviços fixos. Empresa confirma que já tem 70 pessoas em Portugal. Deve recrutar comerciais no fim do ano.
A empresa romena que comprou licenças 5G no leilão da Anacom também planeia lançar ofertas em fibra ótica no mercado português, disse ao ECO fonte familiarizada com os planos da Digi. Confrontado com esta informação, o grupo não comentou o tema, mas aproveitou a ocasião para fazer aquela que é a primeira declaração pública sobre a sua entrada no mercado de telecomunicações português.
“A Digi Portugal encontra-se a trabalhar no sentido de investir em redes de alta velocidade, nova geração e tecnologia de ponta, que permitam entregar os serviços mais modernos e com elevados padrões de qualidade aos consumidores portugueses. Os nossos planos comerciais serão anunciados mais tarde, à medida que vamos progredindo nos projetos em curso”, comentou ao ECO fonte oficial da empresa, revelando que se apresentará ao mercado com a marca Digi Portugal.
"A Digi Portugal encontra-se a trabalhar no sentido de investir em redes de alta velocidade, nova geração e tecnologia de ponta, que permitam entregar os serviços mais modernos e com elevados padrões de qualidade aos consumidores portugueses. Os nossos planos comerciais serão anunciados mais tarde, à medida que vamos progredindo nos projetos em curso.
Podemos confirmar que temos, atualmente, cerca de 70 trabalhadores e esperamos aumentar a nossa equipa local de especialistas em telecomunicações. Em simultâneo, gostaríamos de informar que o nome oficial da empresa foi agora alterado, para ‘Digi Portugal’.”
Seis meses depois de ter investido 67 milhões de euros na aquisição de espetro para explorar a quinta geração móvel, a Digi ainda não tinha feito qualquer anúncio sobre os planos concretos para este mercado. Estes são, por isso, os primeiros anúncios oficiais do grupo em Portugal.
Fibra da Digi a caminho de Portugal
O ECO apurou junto de fonte próxima da Digi que o grupo quer apresentar-se aos portugueses como “operador integral” e uma alternativa mais acessível aos pacotes da Meo, Nos e Vodafone, aplicando no mercado português a mesma estratégia que tem feito mexer o setor em Espanha. A empresa continua a trabalhar no terreno para fechar todos os preparativos no segundo semestre, prevendo agora dar início à venda de serviços fixos e móveis no início de 2023, disse a mesma fonte.
A Digi planeia dar início à construção da sua rede móvel já no próximo mês de junho, em paralelo com a da rede fixa, que dependerá parcialmente de fornecedores externos. Estarão a ser feitos os “últimos contactos” para aproveitar o roaming nacional, que vai permitir à Digi “explorar condutas e antenas” das outras operadoras, um benefício que lhe foi dado pela Anacom no leilão do 5G, por ser estreante no país, contra a vontade da Meo, Nos e Vodafone.
Numa primeira fase, a cobertura da Digi estará mais limitada aos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, mas o objetivo é alargar a oferta a todo o território nacional, disse a mesma fonte. Não estará previsto, por agora, o lançamento de um serviço de TV por subscrição.
Em Espanha, a Digi também oferece serviços móveis e fibra ótica. No caso da fibra, a empresa divide as ofertas entre fibra “disponível em todo o território nacional” ou “fibra smart“, esta última mais acessível, mas só nas zonas onde a empresa está a construir a sua “própria rede de fibra”, lê-se no site da operadora.
Além de ofertas só com fibra ou só com rede móvel, a empresa vende em Espanha pacotes convergentes de fibra e móvel. Internet fixa com 300 Mbps (megabits por segundo) mais telemóvel com tráfego de 10 GB acumuláveis e chamadas ilimitadas custa 30 euros mensais; internet com 1 Gbps (gigabit por segundo) e telemóvel com 20 GB acumuláveis tem um custo de 36 euros por mês. Na modalidade “fibra smart“, o preço da primeira oferta desce para 25 euros mensais e a velocidade da rede fixa sobe para 1 Gbps de internet; há ainda um pacote com fibra a 10 Gbps de velocidade e internet móvel com 20 GB acumuláveis por 36 euros por mês.
Pacotes da Digi em Espanha:
Digi Portugal a recrutar
No que toca aos recursos humanos, a Digi conta já com dezenas de pessoas em Portugal: “Podemos confirmar que temos, atualmente, cerca de 70 trabalhadores e esperamos aumentar a nossa equipa local de especialistas em telecomunicações”, disse ao ECO fonte oficial da Digi.
Outra fonte não oficial que conhece o processo explicou que a Digi está a recrutar, principalmente, para as áreas mais técnicas, como “passa cabos, juntistas e técnicos de trabalho em altura”. Mais perto do final do ano, deve começar a contratar equipas comerciais que vão vender os serviços aos consumidores, “dependendo da evolução da construção da rede e da qualidade de serviço”, explicou.
Do ponto de vista comercial, está decidido que o grupo vai lançar-se no mercado português com a marca Digi Portugal. A Digi Communications deixou cair a designação Dixarobil com que se apresentou à Anacom durante o leilão para a venda das licenças 5G. Aliás, a alteração do nome já consta nos atos societários da empresa, com efeito a partir de 3 de maio, segundo informações consultadas pelo ECO no portal do Ministério da Justiça. “Gostaríamos de informar que o nome oficial da empresa foi agora alterado, para ‘Digi Portugal'”, confirmou fonte oficial da companhia.
Emil Grecu é o CEO da Digi Portugal. E numa altura em que se especula em Espanha que a Nowo, controlada pela Másmóvil, pode tentar aliar-se à Digi no mercado português, ao que foi possível apurar, essa hipótese não estava, até ao início deste mês, em cima da mesa.
Para já, a equipa portuguesa continua a operar a partir de um escritório partilhado no Parque das Nações. Mas está em vias de fechar “a assinatura de um espaço no centro de Lisboa”, afirmou fonte próxima da empresa.
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