Exclusivo Novobanco põe à venda carteira de imóveis de 250 milhões, com terreno das Amoreiras incluído

Banco vai lançar nos próximos dias uma operação para vender vários imóveis. Carteira inclui terreno nas Amoreiras, onde ia ser inicialmente a sede do Novobanco.

O Novobanco vai lançar nos próximos dias uma operação, avaliada em mais de 200 milhões de euros, que contempla vários imóveis, sobretudo terrenos, sabe o ECO. O negócio inclui o Artilharia 1, um terreno nas Amoreiras, em Lisboa, comprado inicialmente para ser a nova sede do banco, mas que acabou por ser deixado de lado. A instituição já sondou potenciais compradores do Médio Oriente e do Brasil.

O teaser vai ser enviado a potenciais interessados já na próxima semana ou na primeira semana de 2023 com a informação sobre um conjunto de imóveis que o Novobanco ainda tem no balanço e procura desfazer-se, apurou o ECO junto de fontes do mercado imobiliário. Mas antes de lançar oficialmente este negócio, o banco liderado por Mark Bourke já sondou potenciais interessados do Médio Oriente e do Brasil. Contactado pelo ECO, a instituição não respondeu.

Esta carteira está avaliada em mais de 200 milhões de euros e o objetivo é vendê-la na totalidade a um só comprador. Incluídos neste “pacote” estão, entre outros, dois terrenos em Alvor, no Algarve, e campos de golfe junto ao Tagus Park, em Oeiras.

Mas uma das “joias da coroa” deste portefólio é o terreno nas Amoreiras, em Lisboa, onde inicialmente se projetou a construção da nova sede do banco, que acabou, ainda assim, por trocar a localização do seu quartel-general pelo Tagus Park.

O Relatório de Gestão e Contas do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Amoreiras, gerido pela sociedade GEF, relativo a 2021, indica que os seis lotes que constituem este terreno estão avaliados em cerca de 159,5 milhões de euros e que as unidades de participação estão praticamente todas nas mãos do Novobanco. Este terreno é, assim, o ativo mais valioso desta carteira.

Em 2018, o Novobanco pôs à venda uma dezena de imóveis na Grande Lisboa – incluindo a sede histórica do BES –com o objetivo de financiar a construção de um mega projeto imobiliário nas Amoreiras. O novo edifício custaria entre 100 e 120 milhões de euros, erguendo-se nas instalações do antigo Quartel de Campolide.

Em causa está um terreno de 130 mil metros quadrados que o banco adquiriu em 2014 à promotora Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho, como forma de execução de dívidas. Responsável pelo projeto está o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Amoreiras e, de acordo com as contas da sociedade gestora, este iria ser constituído por habitação, serviços e comércio, e ainda a nova sede do Novobanco.

No final de 2019, o banco dos americanos da Lone Star injetou 36,2 milhões de euros nestes terrenos, através do fundo. Contas feitas, desde 2016, foram aplicados 57,7 milhões de euros neste projeto, que não saía do sítio. O banco pediu à Comissão Europeia para que pudesse reclassificar parte dos terrenos que tinha naquela zona da capital de “não core” para “core“, mas Bruxelas negou o pedido, como escreveu o ECO no ano passado.

Face à nega de Bruxelas, a instituição acabou por desistir dos planos de construir lá a nova sede e escolheu o Tagus Park para concentrar todos os colaboradores, tal como o ECO noticiou na altura.

Em agosto deste ano, o Novobanco fechou a venda da antiga sede, na Avenida da Liberdade, à espanhola Merlin Properties. Fechado por 112,2 milhões de euros, foi um dos maiores negócios imobiliários de 2022.

Apesar de já ter praticamente concluído o processo de reestruturação, o Novobanco continua os esforços para limpar o balanço de ativos considerados não estratégicos, numa altura em que trabalha no sentido de ir para a bolsa. Depois de anos de prejuízos, o banco chegou a setembro com lucros de 430 milhões de euros, o melhor resultado entre os bancos privados.

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