Da crise energética à climática. Dos temas mais marcantes às notícias mais lidas no Capital Verde em 2022

  • Capital Verde
  • 30 Dezembro 2022

Da seca à crise energética, passando pelos preços da energia e aos apoios aos consumidores. Reveja as notícias mais lidas e os temas chave que figuraram no Capital Verde em 2022.

A crise climática e a energética foi o tema que mais marcou a atualidade no Capital Verde, isto num ano em que se valorizou, cada vez mais, a importância da proteção do ambiente e se incentivou mais o consumo mais sustentável. Findo mais um ano, o Capital Verde fez um balanço dos temas que tiveram maior relevância e mostra ainda as notícias mais lidas pelos nossos leitores.

  • Seca e escassez de água

Foi mais um ano difícil na gestão de um problema que já é conhecido em Portugal: a seca e a escassez de água.

Em fevereiro, muito antes de o país entrar no verão marcado por ondas de calor, em Portugal e na Europa, mais de 90% do território esteve em situação de seca severa e extrema.

A situação, que não é nova em Portugal — embora o Governo tenha considerado que, este ano, o período de seca foi o mais severo do último século — obrigou o Governo a tomar medidas excecionais, nomeadamente, ditando que os empreendimentos turísticos no Algarve reduzissem o consumo de água, a apelar que as populações adotem um consumo doméstico mais responsável e a restringir a produção de eletricidade em 15 barragens (restrições que foram, em dezembro, levantadas).

Neste âmbito, o Capital Verde publicou um especial sobre a eficiência no uso de água na agricultura e quis saber os investimentos que são fulcrais para o setor da água. Antes disso, perante o ano de seca, outro especial sobre os incêndios, já que se comemoraram cinco anos desde o desastre em Pedrógão Grande.

Perante este cenário, a dessalinização voltou a ganhar espaço no debate público, tendo o Governo reforçado o compromisso de avançar com a inauguração da primeira central em Portugal continental, no Algarve, e à anunciar a possibilidade de ser construída uma segunda no litoral Alentejano.

  • Combate à crise energética

Na sequência da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, o Ocidente viu-se obrigado a aplicar sanções contra Moscovo — decisão que desencadeou um conflito político-económico entre os 27 Estados-membros e a Rússia, e resultou numa crise energética. Enquanto o executivo comunitário impunha sanções contra o Kremlin, empresas e oligarcas russos, procurando estrangular a economia daquele país, a Rússia respondia com a principal arma que tinha: o gás.

À medida que os fluxos de gás russos enviados diretamente para a Europa, através do principal gasoduto, o Nord Stream, iam sendo reduzidos, o cenário de um inverno exigente no bloco europeu agravavam-se. A realidade obrigou a que os 27 Estados-membros adotassem medidas, não só para reduzir os consumos de gás, mas também para garantir que tinham reservas suficientes para enfrentar a época mais fria.

Foi neste sentido que Portugal, Espanha e França retomaram as negociações relativamente à construção do gasoduto ibérico. Depois de muita contestação pública por parte de Paris, os três países chegaram, em outubro, a acordo para a concretização do H2Med. Infraestrutura esta que ligará Celorico da Beira a Zamora (CelZa), por terra, e Barcelona a Marselha (BarMar), por mar, e poderá ascender aos 2,5 mil milhões de euros e estará concluída em 2030.

  • Preços da energia

Os impactos da crise energética viram-se refletidos nos preços da energia, e Portugal não foi exceção. Fosse na eletricidade ou gás, — tanto no mercado regulado como no livre — as empresas e as famílias sentiram o peso nas carteiras à medida que os preços foram subindo.

O Governo acionou medidas, mas nem assim foi suficiente para abater a pressão que vinha ganhando cada vez mais peso à medida que a taxa de inflação mostrava fracos sinais de abrandamento. Em dezembro, em modo de prenda de Natal, o cenário começava a inverter a situação e as energéticas sinalizavam subidas, manutenções e até descidas nos preços da eletricidade e do gás para 2023.

  • Ambiente senta-se à mesa do debate político

Mas nem mesmo com uma crise energética e a pressão inflacionista, a crise climática perdeu relevância no debate político. Na verdade, o ano de 2022 fica marcado por três ocasiões em que os líderes mundiais se sentaram à mesa para desenhar medidas e assinar acordos com o objetivo de proteger o ambiente.

Se em julho, as Nações Unidas organizaram, em Lisboa, a Conferência dos Oceanos onde foi assinado o Acordo de Lisboa, em dezembro, no Egipto, os líderes mundiais reuniram-se no âmbito da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2022 (COP 27) sendo que, no mês a seguir, viajaram para Montreal para debater a biodiversidade no âmbito da COP15 (Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica).

  • Consumo sustentável

O consumo sustentável também tem um espaço marcado nas notícias do Capital Verde. Seja ao nível dos consumidores — que, em 2022, recorreram cada vez mais às compras em segunda mão, e procuraram por uma alternativa energética face ao aumento do gás e da eletricidade — seja do lado das empresas, autarquias e startups, onde se assistiu a um esforço no sentido de se investir e criar soluções mais “verdes”.

As 5 notícias mais lidas pelos leitores

Preços da energia, combustíveis e a crise energética foram os temas de maior destaque (e interesse) para os leitores do Capital Verde, num ano marcado por uma grande volatilidade nos preços, motivada pela guerra na Ucrânia e a subida das taxas de inflação. Neste sentido, o Capital Verde revela as cinco notícias mais lidas este ano pelos leitores. Veja a lista:

Desde o dia 1 de outubro e até ao final do ano, todos os consumidores, cuja potência contratada não supere os 6,9 kVA — cerca de 5,3 milhões de consumidores –, estão a beneficiar de uma redução de 13% para 6% no IVA da fatura da eletricidade, mas apenas nos primeiros 100 kWh de eletricidade consumidos em cada mês. A medida foi apresentada esta semana pelo Governo no âmbito do programa “Famílias Primeiro”.

Segundo as contas da Deco Proteste e da Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL), o desconto no IVA deverá traduzir-se numa poupança mensal entre 1,08 euros a 1,62 euros por mês para um casal com dois filhos. E de acordo com a Selectra, o patamar de consumo de 100 KWh atinge-se apenas através da utilização diária dos eletrodomésticos mais comuns, nomeadamente, um frigorífico, uma máquina de lavar loiça e de secar, uma televisão e iluminação em casa.

Leia aqui a notícia completa.

Em meados de agosto, e na sequência da escalada de preços, o Governo voltou a fixar preços máximos para o gás engarrafado, tal como já tinha acontecido durante a pandemia de covid-19, tendo a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) apontado a existência de problemas estruturais no mercado, com preços desfasados das cotações internacionais, para justificar a fixação de valores máximos.

Em outubro, o regulador reviu os preços e decidiu baixa-los durante aquele mês. A título de exemplo, uma garrafa de GPL propano (T3) de nove quilos ficou 18 cêntimos mais barata.

Leia aqui a notícia completa.

Em 2022, a escassez de água voltou a ser um tema relevante da atualidade, tendo resultado no agravamento da situação de seca extrema e severa, em mais de 90% do território, no início do ano. A falta de chuva, obrigou, em outubro, à Agência Portuguesa do Ambiente e ao Governo a limitar a produção de eletricidade hídrica nas barragens mais críticas. Essas restrições, só foram levantadas em dezembro, depois de duas semanas de chuvas intensas que fizeram com que 18 barragens a nível nacional estivessem a 90% de capacidade. Naquela altura, a Bacia do Douro era a que tinha mais albufeiras perto dos 100%.

Leia aqui a notícia completa.

Uma das medidas anunciadas pelo Governo para ajudar a combater a crise energética (agravada, também, pela tendência crescente da inflação), foi a reabertura das “portas” ao mercado regulado do gás.

A decisão do Governo, anunciada em setembro, previa que 1,5 milhões de consumidores no mercado livre pudessem celebrar um novo contrato de gás junto de um comercializador de último recurso (CUR) – isto é, os comercializadores em mercado regulado. A transição, ainda em vigor, não exige inspeção nem terá custo adicional para os consumidores que poderão fazer essa alteração, também, por via eletrónica.

Leia aqui a notícia completa.

O Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, que fez tanto sucesso em 2020 foi, em janeiro, reforçado novamente. Desta vez o montante alocado pelo Fundo Ambiental foi de 60 milhões de euros, permitindo, desta forma, alargar também o prazo para as candidaturas.

Esta verba tem como objetivo apoiar investimentos em equipamentos que tornem as habitações mais sustentáveis do ponto de vista energético, tais como janelas eficientes e painéis solares, entre muitas outras tipologias de obras e melhorias possíveis. O objetivo de Governo é que “as medidas a apoiar possam conduzir, em média, a pelo menos 30% de redução do consumo de energia primária nos edifícios intervencionados.

Leia aqui a notícia completa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Da crise energética à climática. Dos temas mais marcantes às notícias mais lidas no Capital Verde em 2022

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião