ActiveCap foi a capital de risco com melhor classificação no Consolidar

Core Capital, ECS, Crest, Oxy Capital e 3XP Global surgem em segundo lugar, com 2,5 pontos. E em terceiro, com 2,4 pontos, estão a Draycott, Growth, HCapital, Horizon e Touro, apurou o ECO.

O Banco Português de Fomento escolheu 14 capitais de risco de um leque de 33 para gerirem os 500 milhões de euros do Consolidar. O arranque do programa foi, desde o início, marcado pela contestação, tudo porque as capitais de risco que ficaram de fora não se conformaram com a ideia e exigiam saber qual a ordenação dos candidatos e quais as pontuações atribuídas. O ECO sabe que de entre as 14 capitais de risco escolhidas a ActiveCap – Capital Partners foi a que obteve melhor classificação.

A capital de risco de Pedro Correia da Silva e João Ferreira Marques, que irá receber 47 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), a que juntará, no mínimo, 20,14 milhões em capital privado, obteve 2,7 pontos e ocupa assim o primeiro lugar deste ranking. Contudo, esta sociedade gestora ainda não assinou a minuta do contrato com o BPF, ao contrário da Core Capital que surge em segundo lugar, com 2,5 pontos, ficando em ex-aequo com a ECS, a Crest Capital Partners, a Oxy Capital e a 3XP Global, sendo que estas quatro também ainda não assinaram as minutas dos contratos que já andam a circular entre as eleitas desde finais de novembro.

Tanto a Core como a Cresp vão receber, cada uma, 50 milhões de euros do FdCR, que serão acompanhados de um montante mínimo de capital privado de 21,43 milhões. A ECS, a Oxy e a 3XP ao levantarem 30 milhões do Fundo capitalizado com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) só terão de completar com 12,86 milhões privados.

Na terceira posição, com uma pontuação de 2,4, surgem mais cinco sociedades gestoras: a Draycott, Growth Partners Capital, HCapital Partners, Horizon Equity Partners e a Touro Capital Partners. Mas, neste lugar do pódio as disparidades entre as sociedades são muito grandes.

A HCapital Partners foi uma das duas primeiras que assinaram contratos com o BPF, a par da Core Capital. A elas se juntou a Growth cerca de dez dias depois. E estas são, para já, as únicas que têm o processo encerrado. Embora o ministro da Economia tenha prometido mais contratos “nas próximas semanas”.

Recorde-se que o Consolidar foi suspenso por ordem do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra em dezembro, tal como o ECO avançou em primeira mão, depois de a Menlo Capital ter decidiu recorrer aos tribunais por considerar que foi prejudicada no processo de seleção. O BPF contestou a decisão, invocando o interesse público do programa numa resolução fundamentada, o que lhe permitiu avançar com as contratualizações. Não satisfeita, a Menlo voltou a recorrer aos tribunais, no início de janeiro, para contestar o facto de o banco ter conseguido levantar a suspensão. A capital de risco, de Ricardo Cunha Vaz e Gonçalo de Mello, entende que foi prejudicada e quer exercer o seu direito de audição prévia porque a sua candidatura até foi “considerada elegível”, mas foi excluída por não existir “dotação suficiente no FdCR”. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra ainda não se pronunciou.

Entre as cinco capitais de risco no terceiro lugar do ranking o seu peso no Consolidar também varia muito. Enquanto a Draycott e a Growth se propõem gerir cada uma 50 milhões do Fundo, a Horizon baixa a fasquia para 28 milhões, a HCapital para 27,5 milhões e a Touro para 20 milhões. Cada uma tem de fazer acompanhar as verbas do FdCR com uma comparticipação de, pelo menos, 30% de capital privado.

Assim, o total dos fundos a subscrever terá, no mínimo, uma dotação global disponível de 751,87 milhões de euros para capitalizar empresas. As capitais de risco têm seis meses para levantar o capital privado necessário. Caso não o consigam o Banco de Fomento poderá não injetar dinheiro nas mesmas e regressar à lista de 33 capitais de risco e escolher a seguinte de acordo com as classificações obtidas.

No leque das 14 escolhidas, a Inter-risco e a Portugal Capital Ventures receberam uma pontuação de 2,3 – a primeira quer gerir 44,8 milhões do fundo e a capital de risco do Estado 32,5 milhões – e o último lugar é ocupado pela Fortitude Capital com 2,2 pontos.

No Parlamento, a 11 de janeiro, a equipa de gestão do Banco de Fomento mostrou-se disponível para revelar a totalidade das classificações caso assim seja determinado pelo tribunal e desde que não violem o dever de sigilo a que está obrigada. A presidente executiva explicou que as capitais de risco estão a “partilhar com o banco a sua fórmula da Cola-Cola” e como tal divulgar essas informações seria prejudicial ao seu negócio, reiterando assim a posição da instituição ao citar o artigo 13.º da lei. Contudo, se o tribunal assim o determinar Ana Carvalho garante que a informação será imediatamente partilhada.

“Se tiver de partilhar com terceiros, se houver decisão inequívoca e transparente para o fazer, estamos disponíveis para o fazer”, avançou, explicando que por agora apenas são partilhadas informações de cada candidato com os próprios. “O entendimento do banco é o dever de sigilo existe e garante o segredo do negócio, porque partilhar o plano estratégico das capitais de risco vai prejudicar a sua capacidade de fazer o seu negócio”.

O administrador Tiago Simões de Almeida esclareceu os deputados de que a experiência dos candidatos foi tida em conta na avaliação, mas a equipa de gestão de cada sociedade também. Ou seja, sociedades gestoras nova, mas com equipas de gestão fortes podem ter tido notas superiores a outras mais antigas. Por outro lado, a capacidade de angariar fundos também foi avaliada e ponderada de maneira diferente, disse o responsável, na comissão de Economia e obras Públicas.

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