Exclusivo Banco de Fomento tem duas novas demissões. Administrador executivo e presidente da comissão de auditoria apresentaram demissão

O administrador executivo Tiago Simões de Almeida e o presidente da comissão de auditoria, António Joaquim Andrade Gonçalves, apresentaram a demissão. Ambos vinham da equipa de Beatriz Freitas.

A instabilidade voltou ao board do Banco Português de Fomento. Tiago Simões de Almeida, administrador executivo que transitou da equipa de Beatriz Freitas para a de Ana Carvalho e Celeste Hagatong, e o presidente a comissão de auditoria, António Joaquim Andrade Gonçalves, apresentaram a demissão, confirmou o Ministério da Economia, depois de questionado pelo ECO.

A nova presidente executiva do Banco de Fomento no primeiro balanço da atividade do banco no Parlamento, sublinhou que só em janeiro a equipa tinha ficado completa e por isso, de alguma forma, a atividade da instituição ressentia-se. “A estrutura de gestão societária do BPF está, neste momento, pela primeira vez, completa. Estava prevista a existência até 11 administradores e uma segregação entre a chairman e CEO, mas isso não tinha sido alcançado. Neste novo mandato, desde 14 de novembro, essa situação está ultimada”, disse Ana Carvalho na Comissão de Economia e Obras Públicas, a 11 de janeiro, numa referência à escolha de Celeste Hagatong escolhida para chairman do Banco de Fomento, por oposição ao acumular de funções que Beatriz Freitas teve de aceitar (CEO e chairman) depois de Vítor Fernandes ter sido preterido na sequência do seu envolvimento na Operação Cartão Vermelho.

Temos cinco administradores não executivos e cinco executivos, dois dos quais entraram há uma semana, após as validações do Banco de Portugal”, revelou a gestora aos deputados. Em causa estavam os nomes de Sofia Machado e Pedro Ventaneira, com os pelouros da conformidade e da gestão de risco, respetivamente.

Mas agora o Banco de Fomento volta a ter a equipa incompleta com a saída de Tiago Simões de Almeida e António Joaquim Andrade Gonçalves, ambos responsáveis que vinham da administração anterior. O Ministério da Economia avançou ao ECO que já se iniciou o processo de substituição de ambos. Os novos nomes deverão ter de passar pelo crivo do Banco de Portugal — no processo de fit and proper — à semelhança do que aconteceu com todos os outros elementos. Os motivos das saídas prendem-se com um distanciamento face aos novos elementos da comissão executiva, ao que o ECO apurou.

Ana Carvalho e Celeste Hagatong têm tentado marcar a diferença face à administração anterior, imprimindo novas dinâmicas como o “Roadshow Fomento”, que arranca a 29 de março em Matosinhos, para promover “cultura de gestão e boas práticas de governança corporativa” e demonstrar como influenciam as soluções de financiamento. Mas também aumentando a pressão para demonstrar resultados, depois de o banco ter sido múltiplas vezes acusado de não corresponder às expectativas para as quias foi criado. Mas, nem todos consideram o rumo que as coisas têm levado seja positivo, porque transparece a ideia de que tudo o que existia anteriormente era mau, incluindo as equipas.

Estas demissões fazem recordar o verão de 2022 quando saiu o diretor de compliance, João Martins, a administradora responsável pela pasta do Risco e Conformidade, Susana Bernardo, além de vários elementos das equipas que levaram a instituição a lançar um amplo processo de recrutamento. Um recrutamento que já teve momentos polémico nomeadamente com a escolha de Manuel Queiroz Ribeiro, ex-adjunto do ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, contratado por ajuste direto para prestar serviços de jurídicos, consultoria estratégica e relações institucionais, mas que agora já ocupa um cargo de diretor, ao que o ECO apurou.

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