Consolidar já investiu em sete empresas. Só 5% do programa chegou aos beneficiários finais
Terminado o período da primeira subscrição de fundos de capital de risco para investimento na capitalização de PME e Mid Caps, três capitais de risco ficaram pelo caminho. Dinheiro foi redistribuído.
Quase um ano depois de ter sido lançado, são sete as empresas que receberam fundos dos Programa Consolidar. Em causa estão 43 milhões de euros. Este programa arrancou com 14 capitais de risco, mas agora está reduzido a 11, anunciou o Banco de Fomento.
A primeira beneficiária final do Programa Consolidar foi, em abril, a Campicarn, através de um investimento de mais de 6,4 milhões de euros por parte da sociedade de capital de risco Growth Partners Capital. Agora que o terminou o período da primeira subscrição (first closing) de fundos de capital de risco para investimento na capitalização de PME e Mid Caps, no âmbito do Consolidar, há já sete empresas que receberam fundos das capitais de riscos.
“Crest Capital Partners, Growth Partners Capital e Touro Capital Partners reportaram investimentos em sete empresas (beneficiários finais), que totalizaram mais de 43 milhões, dos quais 25 milhões respeitantes ao Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR)”, revela o Banco de Fomento em comunicado na sexta-feira. Ou seja, apenas 5% da dotação do Consolidar chegou aos beneficiários finais.
A Growth Partners Capital investiu mais 50 mil euros nas Carnes Campicarn e 4,99 milhões no ID Energy Group, um grupo empresarial dedicado às energias renováveis e especializado na energia solar fotovoltaica. A empresa espanhola fez um aumento de capital de 19 milhões há cerca de uma semana, com a entrada da Growth Partners Capital e da Pangram Capital e pretende vir a ser cotada em bolsa.
Já a Crest Capital Partners investiu 26,06 milhões de euros em três empresas: Aquacria Piscícolas, Safiestela e AC Nazaré. A Aquacria Piscícolas foi criada em 1982 na Murtosa, mas desde 2012 integra o grupo espanhol SEA8, e dedica-se à piscicultura em águas salgadas, em especial linguado. A Safiestela é também uma empresa de aquacultura, criada em 2011, na Póvoa do Varzim, especializada em linguado, também integra o grupo espanhol SEA8, e já recebeu 92 milhões do Mar2020 para o investimento de 244 milhões que fez para aumentar a produção. Há apenas três produtores europeus de linguado em aquacultura.
Já a Touro Capital Partners investiu seis milhões de euros na S317 Consulting, uma empresa de serviços de consultoria e engenharia de gestão na área da sustentabilidade, que também já recebeu 42,35 mil euros de apoio do Programa Operacional Regional de Lisboa (Lisboa 2020) para reforçar a capacidade empresarial para a internacionalização e desenvolvimento de modelos de valorização do impacto ambiental na América Latina.
As regras do Consolidar determinam que as capitais de risco assegurem a subscrição de fundos com uma dotação mínima de 40 milhões de euros cada um, sendo que 30% desse valor tem de ser assegurado por privados. A comparticipação do FdCR, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode oscilar entre dez e 50 milhões de euros. As 14 capitais de risco selecionadas tinham seis meses para levantar o capital privado necessário. Um prazo que terminou a 31 de julho.
Mas apenas 11 conseguiram reunir todas as condições para permanecer no programa. “Das 14 Sociedades de Capital de Risco selecionadas para investimento, 11 asseguraram condições para, até à passada data de 31 de julho, realizarem a primeira subscrição com envolvimento do FdCR”, revela o mesmo comunicado da instituição liderada por Ana Carvalho e Celeste Hagatong. “Totalizam uma subscrição do FdCR no valor de 478,3 milhões de euros”, acrescenta a mesma nota.
Contudo, o Consolidar tem uma dotação de 500 milhões de euros, depois da duplicação da sua dotação, e de acordo com as regras o dinheiro que estava inicialmente alocado à Draycott (tal como avançou o Jornal Económico), ECS Capital e Portugal Capital Ventures (a capital de risco do Estado, tal como avançou o Público) tinha de ser distribuído pelas restantes 11. “Os valores alocados a estas três capitais de risco foram descativados e alocados aos restantes candidatos selecionados, pela ordem de preferência previamente aprovada pelo Banco Português de Fomento (começando pelas mais bem classificadas)”, explica o mesmo comunicado.
Será a Crest Capital Partners e a Touro Capital Partners que “por força das metas intercalares” poderão receber “uma percentagem expressiva dos 21,7 milhões de euros”, explica o Banco de Fomento, precisando que “à data de hoje” [sexta-feira] ainda não foram alocados.
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