Caixa dá borla na conta a ex-universitários até 30 anos

Estudantes do ensino superior até 28 anos deixam de pagar pela manutenção na conta pacote. Para ex-alunos com idade até 30 anos também há isenção sob certas condições. Medida abrange 80 mil clientes.

O CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já tinha anunciado que o banco público não iria agravar as comissões este ano devido ao impacto da escalada dos preços na vida das pessoas. E agora até se prepara para dar uma borla aos seus clientes mais jovens: os antigos estudantes do Ensino Superior até 30 anos vão passar a estar isentos de comissão de manutenção da conta. As mexidas no preçário vão beneficiar cerca de 80 mil clientes, adianta a instituição ao ECO.

A Caixa vai alargar a isenção de comissão de manutenção da chamada Conta M (a conta pacote dirigida ao mundo universitário, que inclui uma conta à ordem, cartões de débito, cartão de crédito, transferências online e outros serviços) para os alunos com idade até 28 anos. Até agora o limite era de 26 anos.

Para os estudantes e ex-estudantes com idade entre 28 e 30 anos, só haverá bonificação se forem titulares ou ex-titulares do Cartão Caixa IU, realizem compras mensais de valor igual ou superior a 50 euros e preencham uma das seguintes condições: domiciliação de ordenado, ter contrato de crédito (pessoal ou habitação) ou um seguro de saúde. No caso de não haver bonificação, a comissão de manutenção para estes alunos e antigos alunos é de dois euros mensais (mais imposto de selo), o que dá 24 euros por ano.

Estas alterações entram em vigor a partir do dia 8 de setembro, de acordo com a informação disponibilizada pela Caixa no seu site.

Fonte oficial do banco público adiantou ao ECO que as mexidas visam “apoiar estes jovens na transição da vida académica para o início da vida ativa”, sobretudo tendo em conta que “é uma fase em que muitos jovens têm poucos recursos, tema ainda mais relevante no contexto atual de pressão financeira sobre os jovens e as famílias”.

São cerca de 80 mil clientes jovens que poderão beneficiar destas mexidas, com a Caixa a destacar que há 29 anos que marca presença nas instituições de ensino superior em Portugal.

"O nosso objetivo é apoiar estes jovens na transição da vida académica para o início da vida ativa. Esta é uma fase em que muitos jovens têm poucos recursos, tema ainda mais relevante no contexto atual de pressão financeira sobre os jovens e as famílias. Estimamos que esta revisão de preçário vá abranger cerca de 80 mil clientes (clientes universitários e ex-universitários com idades compreendidas entre os 26-30 anos).”

Fonte oficial da CGD

Primeira borla após anos a subirem comissões

Ao longo dos últimos anos, a generalidade da banca portuguesa aumentou os preços dos seus serviços como forma de compensar a pressão na margem financeira devido ao ambiente de baixas taxas de juro que marcou grande parte da década passada.

Mas tudo mudou nos últimos dois anos: o Banco Central Europeu (BCE) foi obrigado a subir as suas taxas para controlar a inflação e são os bancos portugueses que mais estão a ganhar com o aperto do BCE.

Só no primeiro trimestre, as cinco principais instituições financeiras em Portugal faturaram 4,2 mil milhões na margem financeira (diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) no primeiro semestre, um disparo de 70% em relação ao período homólogo. Já as receitas com comissões ascenderam a 1,2 mil milhões neste período, encontrando-se 20% acima do que ganhavam há cinco anos.

Mal os juros começaram a subir no ano passado, os banqueiros avisaram que não iam baixar as comissões bancárias. Teve de ser mesmo por iniciativa do Parlamento que os clientes tiveram algum alívio neste capítulo este ano: comissões como a do pagamento da prestação da casa ou da fotocópia, entre outras, desapareceram em junho.

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