Financiamento do BEI a Portugal aumentou 25% em 2023
Portugal foi, em 2023, o sétimo maior beneficiário do Grupo BEI em percentagem do PIB. Caiu uma posição face ao ano anterior. No entanto, o nível de financiamento aumentou mais de 25% face a 2022.
Portugal caiu uma posição no ranking dos principais beneficiários do apoio do Grupo BEI em termos de Produto Interno Bruto, apesar de o nível de financiamento ter aumentado mais de 25% face ao ano anterior.
“Em 2023, Portugal beneficiou de novos compromissos financeiros assumidos pelo Grupo BEI”, que reúne o Banco Europeu de Investimento e o Fundo Europeu de Investimento, “de mais de 2,1 mil milhões de euros, o que representa um aumento de mais de 25% em relação ao ano anterior”, pode ler-se no comunicado divulgado esta terça-feira. Metade deste montante foi canalizado para PME e empresas de média capitalização (Midcaps).
“O Grupo BEI apresentou excelentes resultados em Portugal em 2023”, segundo a presidente do BEI. “Os nossos investimentos estão a contribuir para o reforço da competitividade da economia portuguesa e têm um impacto concreto no terreno, aumentando a coesão social e promovendo uma economia”, acrescentou Nadia Calviño, no mesmo comunicado, que substituiu a tradicional conferência de imprensa anual que se realizava em Lisboa, na qual Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI até ao final do ano passado, dava conta do papel do banco na economia nacional.
Em 2022, Portugal foi o sexto país que mais beneficiou do apoio do BEI em percentagem do PIB, mas, o ano passado, desceu uma posição. Portugal é agora o sexto maior beneficiários com o financiamento concedido a representar 0,8 % do PIB português. “As operações apoiadas pelo Grupo permitiram mobilizar um financiamento total de cerca de 7,7 mil milhões”, revela o mesmo comunicado, sem no entanto o número de projetos apoiados.
Entre os mais emblemáticos está o contrato de financiamento com a Navigator, de 115 milhões de euros, destinado a apoiar a construção e operação de uma caldeira de recuperação de alta eficiência no Complexo Industrial de Setúbal. A nova caldeira, que envolverá um investimento global de 136 milhões, permitirá reduzir as emissões diretas de dióxido de carbono fóssil, no Complexo Industrial de Setúbal, em cerca de 136 mil toneladas por ano, o equivalente a 24,6% das emissões do grupo empresarial registadas em 2022, recorda o BEI. Nesta área da energia sustentável e dos recursos naturais o banco apoio investimentos no total de 604 milhões de euros.
A fatia mais significativa, por áreas, está no financiamento de projetos de grande dimensão que melhoram as infraestruturas. No ano passado, o BEI autorizou 1,8 mil milhões de euros para estes projetos que “contribuem para a empregabilidade e para o crescimento sustentável do país e, ao mesmo tempo, promovem a ação climática e a sustentabilidade ambiental”.
O apoio do Grupo BEI às PME e às Midcaps ascendeu a 1,02 mil milhões de euros, “o que representa mais do dobro do montante concedido em 2022”, precisa o BEI. Mais de 19 mil empresas portuguesas receberam apoio através da banca nacional. Em 2023, o BEI assinou contratos com o Santander, o Novobanco e o BCP que têm o objetivo mobilizar 2,3 mil milhões em novos financiamentos para aumentar a competitividade das empresas portuguesas. Já o FEI assinou operações no total de 366 milhões de euros, mobilizando cerca de 1,2 mil milhões em financiamento. Em comunicado, o BEI especifica que “90% dos investimentos assumiram a forma de garantias e titularizações”.
Outro grande aumento face ao ano anterior foi o do investimento em projetos de inovação, digitalização e capital humano. “Portugal beneficiou de um aumento de mais de 70 %” neste investimento do BEI, que ascendeu a 282 milhões de euros. “Um bom exemplo do empenho do BEI neste objetivo de política pública foi o financiamento de 99 milhões de euros dedicado à investigação, inovação, educação e desenvolvimento empresarial, que faz parte da segunda tranche do empréstimo-quadro assinado com o Governo português no âmbito do Acordo de Parceria entre Portugal e a UE para a execução dos fundos estruturais europeus”, refere o comunicado.
Já ao nível da coesão, o financiamento do Grupo BEI em Portugal ascendeu a 1,41 mil milhões, ou seja, mais de 66 % do total. O empréstimo de 60 milhões de euros ao Porto de Leixões, para melhor as acessibilidades marítimas através do aprofundamento do canal de acesso e do prolongamento do quebra-mar, é um dos projetos emblemáticos nesta área.
Também o financiamento verde aumentou 4% face ao ano anterior. “O compromisso transversal do Banco com projetos que contribuem para a luta contra as alterações climáticas e apoiam a sustentabilidade ambiental atingiu 746 milhões de euros”, refere o comunicado.
“Um bom exemplo deste financiamento é a operação de titularização com o Santander para apoiar o financiamento da eficiência energética na reabilitação de edifícios e na construção de edifícios sustentáveis. No âmbito desta operação, o BEI concede ao Santander uma garantia de 81 milhões de euros que lhe permitirá financiar novos investimentos em eficiência energética no valor total de 162 milhões de euros”, exemplifica o banco agora liderado por Nadia Calvino.
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