Situação “francamente melhor” no combate às chamas em Alijó
O combate ao incêndio que deflagrou no domingo em Alijó evoluiu favoravelmente durante a madrugada, mas as chamas ainda não estavam dominadas.
A situação do incêndio que lavrava em Alijó, no distrito de Vila Real, estava “francamente melhor” na manhã desta segunda-feira, mas as chamas ainda não estavam dominadas e haviam quatro zonas que inspiravam “bastantes cuidados”, informou a Proteção Civil.
O ponto da situação foi feito pouco depois das 8h00 pelo comandante operacional no terreno, Pedro Nunes, que deu conta de que “não há já nenhuma povoação em perigo” e que o itinerário IC5, que esteve cortado no domingo, já reabriu ao trânsito de forma condicionada.
“A situação está francamente melhor. As condições meteorológicas durante o período noturno favoreceram as operações de combate”, indicou o responsável, ressalvando que “o incêndio não está, neste momento, ainda dominado”. Segundo disse, existem “quatro zonas que inspiram bastantes cuidados” e onde os operacionais estão “a trabalhar arduamente” para conseguirem “dentro do menor tempo alcançar” o objetivo de dominar o fogo que começou na madrugada de domingo.
Precisamente no domingo foram retiradas da localidade de Vila Chã algumas pessoas, como medida preventiva, e que durante o período noturno regressaram a casa. A circulação na zona obrigava a algumas precauções devido ao intenso fumo que têm condicionado também a ação dos meios aéreos.
O comandante operacional indicou que já durante a manhã “na zona norte do incêndio há visibilidade para que os meios aéreos possam operar e já foi dada ordem de missão para que dois aviões médios e dois aviões pesados se desloquem para o teatro de operações”. No terreno encontravam-se cerca de 450 operacionais apoiados por cerca de 140 veículos.
Também durante a manhã, eram esperadas quatro máquinas de rastro e o reforço de mais quatro destas máquinas do Exército, além de mais quatro pelotões militares, como disse o comandante operacional. Pedro Nunes afirmou que o combate a este fogo “tem sido um pouco difícil porque a orografia é complicada, a secura dos combustíveis é complicada”, trata-se de “um incêndio com uma intensidade bastante elevada que muitas vezes está acima da capacidade de extinção dos meios de combate”.
As chamas e o fumo estavam a condicionar apenas, em termos de circulação na zona, segundo o ponto da situação feito, “algumas estradas locais e alguns caminhos penetrantes para o fogo cortados”. Relativamente aos prejuízos causados pelo incêndio, o comandante operacional disse que é uma avaliação que ainda não está feita e as “situações estão monitorizadas e avaliadas pelo serviço municipal de Proteção Civil”.
Marcelo: “Aguardamos [pela apuração de] factos e responsabilidades”
Já esta segunda-feira, o Presidente da República agradeceu a solidariedade manifestada pelos portugueses após os incêndios na região Centro e insistiu que é preciso uma “resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”. Numa nota colocada no site da Presidência da República, quando passa um mês sobre o incêndio de Pedrógão Grande que fez 64 mortos e mais de 250 feridos, Marcelo Rebelo de Sousa “agradece as sugestões, opiniões, palavras de solidariedade e votos de pesar que lhe foram dirigidos pelos Portugueses” e apela ao apuramento rápido de responsabilidades.
“Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades”, lê-se na nota. Mas, ao mesmo tempo, prossegue Marcelo Rebelo de Sousa, deve-se “louvar o espírito nacional de entreajuda e de reconstrução, que muito tem contribuído para que seja mais rápida a recuperação das pessoas e comunidades atingidas pela tragédia”, referindo-se aos donativos conseguidos, no valor de 13,3 milhões de euros.
"Depois de termos vivido uma dor sem medida perante uma tragédia quase sem precedente na história do Portugal Democrático, aguardamos pela resposta rápida e exaustiva às interrogações sobre factos e responsabilidades.”
“Tudo com a visão nacional, sempre demonstrada pela nossa pátria, ao longo dos séculos, perante as adversidades mais pesadas e complexas”, concluiu o Presidente, que se encontra no México em visita de Estado.
Os incêndios de junho iniciados em Pedrógão Grande provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos e consumiram mais de 53 mil hectares. Os fogos da região Centro afetaram aproximadamente 500 habitações, quase 50 empresas e os empregos de 372 pessoas. Os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
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