Berlim pressiona Deutsche Bank e EUA a chegarem a acordo rapidamente
Responsáveis do governo alemão pretendem que a disputa judicial entre o Deutsche Bank e o Departamento de Justiça termine rapidamente para o banco alemão poder avançar com a reestruturação.
Perante a multa de 12,5 mil milhões de euros que a justiça norte-americana quer aplicar ao Deutsche Bank, vários membros do governo da chanceler Angela Merkel estão pressionar os responsáveis do banco alemão e do EUA a colocar rapidamente um ponto final à disputa judicial, adianta a agência Bloomberg.
O banco precisa de acelerar a implementação de medidas de reestruturação, como a eliminação de postos de trabalho e o fecho de algumas operações consideradas não estratégicas, no sentido de reforçar a sua posição financeira e eliminar a desconfiança com que os investidores têm olhado para a instituição nas últimas semanas. Para vários responsáveis do executivo alemão, a resolução do litígio legal nos EUA iria dar margem de manobra para que o banco pudesse finalmente avançar com o processo. Em termos oficiais, o Ministério das Finanças recusou prestar qualquer declaração.
“Assim que resolver o seu processo com os americanos, o Deutsche Bank poderá voltar a concentrar-se nas suas tarefas”, referiu Michael Fuchs, líder do grupo parlamentar da CDU, partido da chanceler Merkel. “A gestão do banco precisa de tempo” para corrigir os erros que foram feitos “nos últimos 10 anos ou mais”, acrescentou o responsável, citado pela agência.
Embora, no plano oficial, a posição do governo alemão seja de distanciamento e não intromissão na disputa que opõe o Departamento de Justiça norte-americana e o Deutsche Bank, estas declarações refletem o desconforto e preocupação de Berlim em torno da situação do maior banco alemão, depois da pressão vendedora nas últimas semana terem atirado as ações para mínimos históricos.
Ainda no fim-de-semana, o jornal Bild revelou que o presidente do Deutsche Bank, John Cryan, não conseguiu chegar a acordo com as autoridades norte-americanas para encerrar o processo que liga o banco ao escândalo da venda de créditos imobiliários de baixa qualidade que conduziu à crise do subprime, em 2008.
A reunião entre os responsáveis do banco alemão e as autoridades norte-americanas da última sexta-feira não chegou a bom porto e, com as negociações ainda em andamento, o ponto mais sensível no seio desta discussão prende-se com os 12,5 mil milhões que euros que os EUA exigem do Deutsche Bank para fechar este processo. Este montante é considerado elevadíssimo pelo banco alemão, que nas últimas semanas tem centrado atenções por causa das dúvidas acerca da sua viabilidade financeira.
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