Fórum para a Competitividade está pouco tranquilo com o PIB
Apesar da revisão em alta do crescimento económico, a composição do PIB não inspira confiança ao Fórum para a Competitividade. Significado da subida no stock de existências é “incerto".
O Fórum para a Competitividade considera que, apesar da revisão em alta para o segundo trimestre, a composição do PIB não é “inteiramente tranquilizadora”, com uma forte subida no stock de existências e a queda nas exportações. Para o Fórum, o significado da subida no stock de existências é “incerto”, uma vez que “tanto pode ser fruto de fortes expectativas de vendas futuras, como erro na previsão de vendas passadas”.
De acordo com os dados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa cresceu 2,9% no segundo trimestre deste ano em termos homólogos e 0,3% face ao trimestre anterior, o que representou uma revisão em alta face à estimativa rápida que tinha divulgado em 14 de agosto.
Na nota de conjuntura de agosto divulgada esta segunda-feira, o Fórum para a Competitividade sinaliza que com o crescimento do emprego, o Produto Interno Bruto (PIB) “deveria estar a crescer claramente acima dos 4%”. “Mas o problema principal com estes dados do PIB é que não são sustentáveis sem que se introduzam as reformas estruturais de que o país carece e pelas quais o Fórum vem pugnando”.
Quanto ao crescimento do PIB para 2017, o Fórum antevê que se possa situar entre 2,3% e 2,6%, “arrefecendo ainda mais em 2018”. Os economistas referem ainda o facto da inflação de julho ter estabilizado nos 0,9%, dissipando os receios que surgiram com a forte subida nos primeiros quatro meses do ano. Já a desaceleração do custo do trabalho no segundo trimestre, de 3,4% para 2,9%, refere, esconde a aceleração no setor público, sobretudo em resultado da diminuição do número de horas trabalhadas.
As receitas da Segurança Social, bem como a forte contenção do investimento público estão a ajudar a atingir a meta orçamental, segundo o Fórum para a Competitividade, que indica ainda que apesar de a dívida pública estar a crescer quase o dobro do défice (desde 2016), isso não deverá ser fruto de desorçamentação, mas antes devido a injeções de capital no Banif, CGD e Infraestruturas de Portugal, para além de cancelamento de operações de swap.
Os economistas atentam também para que “o silêncio de Draghi tem dado cada vez mais força ao euro, com a moeda europeia a ganhar estatuto de moeda refúgio, em detrimento do dólar” e que “este desenvolvimento traz desafios acrescidos à competitividade das empresas portuguesas”.
Ao nível da conjuntura internacional, o Fórum alerta que o míssil norte-coreano e seus desenvolvimentos poderão vir a afetar a economia mundial, beneficiando os ativos de refúgio (obrigações soberanas dos EUA e Alemanha, ouro) e prejudicando todos os outros ativos financeiros.
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