Saída de Isabel dos Santos da Sonangol pode “apimentar” ângulo de fusões e aquisições na Galp Energia

Atividade de fusões e aquisições da Galp deverá aquecer com Isabel dos Santos de fora da Sonangol. Isto numa altura em que o Estado português terá de vender a sua posição "mais tarde ou mais cedo".

Os analistas consideram que a exoneração de Isabel dos Santos da presidência da petrolífera angolana Sonangol vai fazer aquecer a atividade de fusões e aquisições (M&A) na Galp GALP 0,78% .

A empresária angolana já detém indiretamente uma participação relevante na empresa portuguesa. Ela detém 55% da Amorim Energia, uma holding partilhada com a família de Américo Amorim que por sua vez tem uma posição de 33% na Galp.

O BPI lembra que “a estabilidade da holding Amorim Energia tem sido uma fonte de incerteza durante muito tempo” e, agora, com as mudanças anunciadas esta quarta-feira na Sonangol, a especulação vai aumentar de novo no seio da petrolífera portuguesa. Em último caso, isto vai apimentar o ângulo de fusões e aquisições da Galp”, salientam os analistas do BPI numa nota publicada esta quinta-feira. As ações estão a subir 0,47% para 15,96 euros.

Este cenário ganha relevância na medida em que se perspetivam mudanças na estrutura acionista na Galp, depois de o Estado português ter assumido uma participação de 7,5% na empresa portuguesa na sequência do vencimento de uma linha de obrigações convertíveis em ações. Fê-lo através da sua gestora de participações Parpública, que se tornou no segundo maior acionista da Galp.

"A estabilidade da holding Amorim Energia tem sido uma fonte de incerteza durante muito tempo e isto deverá aumentar de novo a especulação que poderá em último caso apimentar o ângulo de fusões e aquisições da Galp.”

BPI Research

O banco considera que essa posição “terá de ser vendida mais tarde ou mais cedo” pelo Governo. “As obrigações convertíveis da Parpública expiraram em setembro e, de acordo com a lei atual, a Parpública não pode manter essa participação, embora não haja data prevista para essa alienação”, notam os analistas do banco.

O Estado viu a sua posição na Galp aumentar recentemente depois de uma emissão de obrigações da petrolífera ter atingido a sua maturidade no final de setembro. Em vez de receber ações, os investidores decidiram receber o dinheiro de volta, levando a Parpública a pagar cerca de 885 milhões de euros, contou o jornal Público na altura.

Quem são os maiores acionistas da Galp?

Fonte: Bloomberg

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