Anacom avança com processos contra operadores que subiram os preços sem avisar
Anacom vai mesmo avançar com processos contra os operadores que subiram os preços sem avisar os clientes de que poderiam rescindir o contrato. Coimas pode chegar até a um milhão de euros.
Os operadores que subiram os preços das telecomunicações sem avisar os clientes de que podiam rescindir o contrato podem ter um presente inesperado no sapatinho este Natal. A Anacom vai mesmo avançar com os processos de contraordenação contra estas entidades, arriscando a NOS, a MEO, a Vodafone e a Nowo coimas de até um milhão de euros. De acordo com o Diário de Notícias, a Deco também está a ponderar aprovar uma ação coletiva que obrigue estas empresas a reembolsar os valores indevidamente cobrados. Em causa, estão 50 milhões de euros.
Face a um número significativo de queixas, o regulador tinha concluído, em julho, que estes operadores falharam nos seus deveres por terem subido os preços sem informar os clientes de que poderiam rescindir o contrato. Nessa ocasião, foram colocadas à escolha das empresas em causa duas medidas corretivas: ou revertiam os contratos para os valores anteriores ou davam ao cliente a possibilidade de quebrar o contrato, mesmo em período de fidelização e sem custos adicionais. Em agosto, as empresas acabaram por adotar a segunda opção.
Ainda assim, de acordo Ana Sofia Ferreira, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor da Deco, manteve-se o problema dos valores cobrados antes da intervenção da Anacom, durante “nove a dez meses”, um total de 50 milhões de euros.
“Os operadores têm recusado esse reembolso, baseando-se na deliberação da Anacom que não os obriga a devolver esse montante“, explica Ana Sofia Ferreira, referindo que os casos da NOS, Meo e Nowo (a Vodafone só fez aumentos nos novos contratos). Apesar de avançar com o processo de contraordenação, o regulador mantém a posição referida, isto é, continua a não obrigar ao reembolso, porque a lei não lhe permite dirimir conflitos entre operadores e clientes. Para recuperar os montantes que a Deco considera que foram cobrados “ilegalmente”, os consumidores terão, assim, de recorrer a centros de arbitragem, caso os operadores não cedam os valores de forma voluntária.
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